Execrável
Leonid Brejnev e Álvaro Cunhal em Moscovo na década de 70
O ditador russo mandou os blindados avançar por território ucraniano, naquilo que representa a mais grosseira violação do direito internacional de que há registo no século XXI, pondo uma parte relevante da fronteira leste da Europa em estado de guerra. Com repercussões gravíssimas à escala continental, a que nenhum país ficará imune.
No nosso recanto ocidental, todos os partidos condenaram sem reservas a agressão do tirano moscovita, que desenterra a política de canhoneira característica das antigas potências imperiais. Todos? Todos não. Vassalo de Putin, o PCP verga-se ao agressor, apontando como culpado o país agredido. Enquanto dispara balas de papel contra os EUA, a NATO e a União Europeia.
Num vergonhoso comunicado, o partido liderado por Jerónimo de Sousa rasga os sacrossantos princípios da soberania dos povos e da independência nacional que consta da sua retórica oficial, comportando-se como sucursal de Moscovo. Reflexo condicionado dos dias em que prestava obediência ao defunto Partido Comunista da URSS.
Simplesmente execrável. Mas nada surpreendente num partido que entre 1939 e 1941 defendeu sem abalos de consciência o pacto germano-soviético que deu início à II Guerra Mundial e teve o seu líder histórico, Álvaro Cunhal, como arauto da equidistância entre Hitler e as democracias ocidentais num panfleto intitulado «Nem Maginot nem Siegfried».