Excitações
No exercício das suas funções, os políticos, sobretudo aqueles com responsabilidades de liderança e mais visibilidade, não devem, por definição, ser pessoas excitadas, precipitadas, estridentes, irritadas ou deslumbradas. É pelo menos este o meu entendimento daquilo que um político nao deve ser. Os políticos nunca devem achar que têm uma missão messiânica ou que são uma espécie de Dom Quixote em que, contra tudo e contra todos, focam-se apenas numa ideia, independentemente das "baixas" ou dos "danos colaterais" que isso possa provocar. E sobretudo, os políticos nunca devem achar que têm sempre a razão do seu lado. Devem estar preparados para aceitar a diferença, ceder, assumir o erro (se for caso disso) e corrigir a trajectória. Brincar à política pode ser um dos exercícios predilectos dos governantes e líderes partidários cá do burgo (e não só), no entanto -- e além do divertimento que isso possa gerar interpares e na classe jornalística/comentadores --, à margem desse espectáculo circense, encontra-se uma vasta massa, o tal Povo, que, apesar de lhe terem dito, em tempos, que era quem mais ordenava, na verdade manda pouco. Não é que tenha que mandar, porque por alguma razão foi inventada a Política e os governos, agora, o que se espera é que essas elites estejam à altura dos seus mandatos, de servir o Povo com o máximo de responsabilidade e bom senso. Não se pede muito mais, pede-se apenas responsabilidade e bom senso.