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Delito de Opinião

Europeias (4)

Pedro Correia, 09.05.19

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A PEIXEIRADA

 

Monumental peixeirada, ontem, na TVI 24. Aquilo que prometia ser um debate vivo mas cordato descambou numa gritaria em modo taberneiro, daquelas que nem no futebol. Com prejuízo para todos os participantes e sobretudo para os telespectadores: vários candidatos falavam por cima uns dos outros, em tom cada vez mais elevado, tentando silenciar a mensagem do oponente, perante a total impotência do moderador, José Alberto Carvalho, claramente sem pedalada nem ganas para pôr fim à barafunda. «Quem é que paga a multa?», chegou a questionar-se o jornalista ao perceber que lhe fugia a capacidade de cronometrar o tempo de intervenções no debate. «O que é que eu faço? Ponho-me à frente das pessoas?», desabafou em forma interrogativa, um pouco mais à frente. Percebendo que aquilo já descarrilara de vez, também por sua culpa.

A coisa foi de tal maneira que desisti de recolher as frases mais significativas desta sessão de pugilato verbal. Ninguém percebeu, ninguém ficou esclarecido, certamente muita gente mudou de canal antes do fim. Debates como este só contribuem para avolumar a abstenção - que nas anteriores eleições europeias, em 2014, abrangeu dois terços dos eleitores.

Valha a verdade que o dedo acusador não pode ser apontado a todos os participantes. As mais lamentáveis prestações couberam (por esta ordem) a Nuno Melo, do CDS, Pedro Marques, do PS, e Paulo Rangel, do PSD. Com prejuízo de todos, incluindo de Marisa Matias, do BE - única mulher presente em estúdio, única que não interrompeu ninguém e chegou quase a implorar para conseguir dizer duas frases seguidas de forma audível.

Verdadeiramente lamentável. Para haver debates destes mais vale não haver nenhum.

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