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Delito de Opinião

Estultícia e cinismo

Pedro Correia, 14.03.24

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Não estão ainda apurados os resultados eleitorais das eleições legislativas. Não está formada a nova Assembleia da República. Não está indigitado o novo primeiro-ministro. Não está formado nenhum governo novo. Muito menos se conhece um programa desse governo que ainda não existe.

E no entanto, cego perante todas estas evidências como uma galinha sem cabeça a correr à toa, o PCP apressou-se a anunciar ao País a apresentação de uma moção de rejeição. De quê? Do tal programa inexistente do tal governo ainda por formar liderado pelo tal primeiro-ministro que não foi indigitado enquanto os votos das legislativas continuam a ser contados para designar quatro deputados ainda em falta e quando a nova legislatura não teve início nem sequer tem data marcada para o efeito.

Tanta estultícia só pode ser interpretada como uma tentativa desesperada dos comunistas para se manterem à tona do mapa mediático após terem visto encolher ainda mais o seu grupo parlamentar, perdendo um terço dos escassos deputados eleitos há dois anos. Restam-lhes 1,7% dos lugares no hemiciclo.

Tudo isto complementado com um pormenor de supremo cinismo por parte do Comité Central: enviaram ontem às televisões o maltratado João Ferreira, que em Novembro de 2022 foi posto à margem enquanto Paulo Raimundo era ungido em circuito fechado como secretário-geral do PCP.

Ferreira não serviu para liderar o partido, mas já serve para dar a cara em defesa desta estulta decisão mesmo sem ter assento na Assembleia da República. Como se fosse o néscio de turno lá na sede, forçado a defender o indefensável.

Depois admiram-se de já ninguém votar neles. Prova inequívoca de que o povo é sábio.

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