Estranha forma de governar
Transitaram da "emergência" à "calamidade" - escolha absurda das palavras. Como se ignorassem o idioma.
Mantiveram o "dever geral de recolhimento", para todos nós, como se isso fizesse algum sentido no momento em que apelam quase em desespero à vinda de turistas ingleses. Como se uma coisa jogasse com a outra.
Mantiveram o "uso obrigatório da máscara em locais públicos" enquanto fingem não ver milhares de britânicos sem a dita, todos amontoados e bebendo no centro histórico do Porto como se não houvesse amanhã, a pretexto dum jogo de futebol aberto a pelo menos 16.500 estrangeiros enquanto a presença de portugueses em estádios permanece interdita. Como se fôssemos cidadãos de segunda no nosso país.
Anunciaram que os adeptos britânicos estariam confinados a "bolhas de segurança" enquanto largos milhares de súbditos da Rainha deambulavam como queriam e faziam os distúrbios que entendiam, motivando críticas até do Presidente da República. Como se os anúncios do Governo não devessem ser levados a sério.
No fim, remetem-se ao silêncio. Como já tinha acontecido aqui e aqui, entre muitas outras ocasiões.
Eis uma estranha forma de governar.