Estímulos
Devolver cortes para estimular o consumo, garantem. É provável que nisto tenham razão. Que estimule. Com péssimas consequências a prazo mas ignoremo-las por um instante e avaliemos a outra hipótese: a de que afinal não estimule assim tanto. Seria curioso ver os portugueses mostrarem-se cientes da fragilidade de um futuro construído por Costa, Catarina, Jerónimo e Arménio e optarem antes por reforçar poupanças - dentro e, quase certamente, fora dos bancos. Improvável? Admito que sim. Porque com essa mentalidade não seriam portugueses. Seriam alemães. Enfim, seriam talvez alemães; é difícil imaginar a Alemanha moderna a braços com um governo de convicções terceiro-mundistas.
(E a propósito: há pouco mais de 20 anos Portugal chegou a ter níveis de poupança ligeiramente superiores aos da Alemanha; em 2010, não atingiam 40%.)