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Delito de Opinião

Estátuas dos nossos reis (apêndice 3)

Pedro Correia, 19.04.19

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Estátua equestre de D. Pedro IV (Pedro I do Brasil) inaugurada em 1862 no Rio de Janeiro

 

Das 230 estátuas de reis que aqui apresentei entre 27 de Agosto de 2018 e 13 de Abril de 2019, há 19 que não se encontram em território português. Cinco monarcas estão representados, em estátua ou em busto, noutras paragens. E existe até um homenageado em três países, além de Portugal.

Destaque, neste grupo de reis, para D. João VI - perpetuado em bronze ou mármore oito vezes nas cidades brasileiras do Rio de Janeiro, Brasília e Salvador. Algo que facilmente se entende, pois este monarca decidiu transferir a capital do reino de Lisboa (então ameaçada pela invasão das tropas napoleónicas) para o Brasil, numa inédita deslocação de uma corte europeia para outro continente. E lá permaneceu entre 1808 e 1821, dinamizando a cidade do Rio de Janeiro e criando de algum modo as bases para a independência do país irmão - prefigurada na criação do Reino Unido de Portugal e do Brasil, em 1815, ainda com D. João como príncipe regente, governando em lugar de sua mãe, D. Maria I, rainha titular mas incapacitada para a função.

O segundo Rei mais representado fora das nossas fronteiras é D. Pedro IV - que foi Pedro I do Brasil, após ter ali proclamado a independência, a 7 de Setembro de 1822, instituindo-se nos nove anos seguintes como imperador. Tem estátuas ou bustos em Brasília, Itaú, Rio de Janeiro e São Paulo. Seis, no total.

Outros dois reis de algum modo ligados ao Brasil são D. João V, que geriu um dos períodos de maior prosperidade desde sempre registados em Portugal precisamente devido à extracção do ouro brasileiro durante o seu longo reinado (1706-1750), e a sua trineta D. Maria II, nascida em 1819 no Rio de Janeiro - única monarca portuguesa vinda ao mundo fora do rectângulo lusitano. Ele tem um monumento em Santos, ela está representada em estátua na cidade onde nasceu e viveu até aos nove anos.

Falta mencionar o nosso primeiro Rei. D. Afonso Henriques é evocado em três estátuas implantadas fora de Portugal: a mais antiga está em Luanda e data de 1938, encontrando-se hoje na fortaleza de São Miguel; a segunda existe desde 1993 na cidade espanhola de Zamora para assinalar os 850 anos do tratado luso-castelhano que ali formalizou a independência de Portugal; a terceira foi descerrada em 2018 na sede da Casa do Minho do Rio de Janeiro.

A História em pedra viva lembra-os a todos, lá e cá.

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