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Delito de Opinião

Estátua ao deputado desconhecido

Pedro Correia, 25.02.21

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Nunca percebi o que simboliza no alto do Parque Eduardo VII aquela pedrinha fálica lá implantada há mais de 20 anos. Sem volumetria para aquele espaço, em óbvia colisão com o enquadramento paisagístico, dando a sensação de que aterrou no local por erro no endereço: garantem-me que estava destinada não a um jardim de Lisboa mas das Caldas da Rainha.

Já que ali se encontra, convém dar um significado à coisa. Inspirado pela verve de um parlamentar socialista, que anda por aí num frenesim a exigir o camartelo para o belo Padrão dos Descobrimentos concebido em 1940 pelo arquitecto Cottinelli Telmo e pelo escultor Leopoldo de Almeida, eu - que milito na facção oposta à dele, contrária à demolição de monumentos - proponho que o "pirilau" do Parque passe a homenagear o Deputado Desconhecido.

Como a imagem mostra, com ejaculação incluída. O tal parlamentar ainda agradece. Eis algo que talvez não lhe agrade derrubar.

4 comentários

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    Anónimo 26.02.2021

    JPT
    '..certos asnos a chamarem "fascista" à ditadura salazarista"
    Numa entrevista na RTP o Prof. Hermano Saraiva dizia "não se podia dizer ter sido fascista por não haver nenhum partido fascista', agora esta de 'chamarem "fascista" (entre aspas?) ' é quase parecida.
    Então os desfiles da MP, a LP tropa do partido, as Saudações do braço e mão esticados, as Corporações de sindicatos e grémios patronais, e principalmente os Desfiles do dia do trabalho nos 1934-36 um dos quais em Viana do Castelo que pode ser revisto nos arquivo da Cinemateca, que parece estar-mos em Nuremberga.
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    JPT 26.02.2021

    Louvo-lhe o desassombro de, tendo eu escrito que invocar a estética para qualificar um regime político ser um argumento de asnos da extrema-esquerda que, cá em Portugal, passam por historiadores (pois, fora desse círculo, e, naturalmente, do discurso político, ninguém chama "fascismo" ao salazarismo), o meu caro insistir na estética para qualificar, como fascismo, a ditadura conservadora (ou seja, a antítese de fascista) do Prof. Salazar - que, tal como o Generalíssimo Franco, aqui ao lado, até fizeram questão de marginalizar os movimentos fascistas dos respectivos países (os integralistas lusitanos e os falangistas). Fascistas, nas verdade, ou social-fascistas, como diria o camarada Arnaldo de Matos - enquanto defensores da mudança revolucionária da sociedade e subjugação da mesma por um estado totalitário, e não "apenas" autoritário (pode ir ver a diferença) - são (ou eram) o grosso dos por cá designados "anti-fascistas", num perfeito exemplo do "newspeak" que George Orwell, que os conheceu de ginjeira, definiu no "1984".
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    Costa 26.02.2021

    Salazar permitia alguma coreografia ligada a essa estética um punhado, se tanto, de vezes por ano. De resto pretendia que se "vivesse habitualmente", sem a menor agitação, sem outra política que não o trabalho. O exacto oposto da exaltação constante, da agitação febril das massas, da violência, mesmo da violência popular, como instrumento revolucionário, próprias do fascismo ou do nazismo. Da União Nacional (que a Wikipédia, plena de correcção política, se apressa a chamar de organização frentista e fascista; mas, e bem, não chama partido) havia sinal em época eleitoral ou data solene; e pouco mais que residualmente fora disso. Fora disso havia o Estado. Nada a ver com a presença constante, absolutamente dominante, absorvendo o Estado, comandando a sociedade desde mesmo a mais absoluta insignificância, do Partido, no fascismo italiano, no nazismo alemão. No comunismo, onde quer que seja.

    Sucede que ao autoritarismo de direita que por cá vigorou umas décadas, entendeu o partido comunista chamar, à náusea e em muito conveniente simplificação maniqueísta, fascismo.

    E sabemos o que acontece a uma mentira repetida (ensinada) muitas vezes. Mais ainda quando as massas são terrivelmente iletradas.

    E, parece, está muito bem assim.

    Costa
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