Está na hora de mandar o Pinto Luz para a Saúde

(créditos: daqui)
Ele já tinha dito que "nunca antes os portugueses gastaram tanto na sua própria saúde como agora". Foram milhões e milhões de euros sem resultados.
“Em Portugal, há oito anos, o Serviço Nacional de Saúde consumia cerca de 8 mil milhões de euros. Neste momento, consome quase 14 mil milhões de euros. A quase duplicação do valor entregue ao SNS não corresponde a uma melhoria e da eficiência da capacidade de resposta aos problemas dos cidadãos”. Neste momento era antes do PSD chegar ao Governo.
Só que desta vez a ministra da Saúde garantiu que se tratava de “uma grávida que não era acompanhada até que deu entrada no Amadora-Sintra já com 38 semanas”. O problema estava identificado: com os governos de Montenegro as grávidas passaram a vir de jacto para parir.
Logo haviam de aparecer uns tipos da confiança da ministra dar cabo do programa "Acreditar" e dizer-nos que "a grávida havia realizado duas consultas de vigilância". E que além disso comparecera a consultas de obstetrícia em 17 de Setembro e 29 de Outubro, esta última dois dias antes de perder a vida.
Compreendo que depois de tanta berraria – não é só o Andrézito que berra – o incómodo seja grande, mas o problema talvez se resolvesse com o tal "sistema de informação clínica plenamente integrado", que evitasse que a ministra da Saúde andasse a saber do que se passa no seu sector pelos sinais de fumo que de quando em vez alguns índios lhe enviam.
De qualquer modo, o OE para 2026 diz-nos que os 14 mil milhões dos despesistas que antecederam os actuais governantes já ficaram para trás. A factura ultrapassará 17 mil milhões, pese embora não se saiba ainda quantas mais mulheres vão continuar a parir algures, em todo o lado menos nas maternidades.
Enquanto não chega esse sistema de informação clínica integrado, sugiro que o primeiro-ministro Luís Montenegro faça uma troca de pastas entre Ana Paula Martins e Miguel Pinto Luz.
Os portugueses sabem que os problemas aeroportuários, ferroviários, portuários e da habitação são insolúveis; que lobbies há em todo o lado, e que irão continuar a pagar. E se assim é não se perdia nada em mandar Ana Paula Martins para o Ministério das Infra-estruturas e Habitação.
Montenegro continuava com a senhora no Executivo sem correr o risco dela fazer mais estragos. Ao mesmo tempo dava-se uma oportunidade ao novo menino de ouro do PSD, Pinto Luz, para mostrar na Saúde toda a sua valia na melhoria do SNS e num aumento da eficiência da capacidade de resposta aos problemas dos cidadãos.

