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Delito de Opinião

Esta gente ensandeceu de vez

Pedro Correia, 26.11.21

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Andaram a vangloriar-se que Portugal era um dos países do mundo com maior taxa de vacinação. De facto, ocupamos a quinta posição, com cerca de 88% da população vacinada. Durante todo este tempo aludiam à vacina como panaceia seguríssima contra a pandemia. Mas preparam-se para voltar a fechar e paralisar tudo: o primeiro passo foi ontem anunciado pelo Governo. Decretando novas restrições nos acessos a restaurantes, recintos desportivos, bares e ginásios. Recuperando o uso compulsivo de máscaras em locais de trabalho e todos os espaços fechados. Anunciando que para assistir a espectáculos ou concertos não basta afinal exibir o certificado de vacinação que dantes tanto enalteciam: há que fazer testes à covid-19. Quem não os fizer, fica à porta.

Voltamos à bolha, voltamos à redoma. 

Dizem que procedem assim porque lá fora, noutros países europeus, as infecções voltaram a alastrar a ritmo acelerado. Apontam os exemplos da Áustria ou da Holanda - omitindo que nestes países a taxa de vacinação é muito inferior à nossa: 69% no primeiro caso, 72% no segundo.

Agora lembraram-se de começar a vacinar as crianças a partir dos 5 anos, contrariando tudo quanto tinham garantido anteriormente. E já andam histéricos, recomendando sérias restrições ao convívio familiar nas quadras festivas de Dezembro. Como se afinal não fizesse qualquer diferença os portugueses estarem vacinados.

Terão concluído enfim que as vacinas não nos imunizam? Caramba, nada alimenta tanto o "negacionismo" como esta conclusão.

 

Uma das figuras que mais vezes aparecem nos ecrãs televisivos em defesa aberta de novas restrições é o epidemiologista Manuel Carmo Gomes, que esta noite fez uma extraordinária sugestão na recém-surgida CNN Portugal: todas as pessoas devem passar a fazer testes imediatamente antes e depois de qualquer convívio familiar «para despistar os falsos negativos». Garante que os testes são «bastante acessíveis em termos financeiros», esquecendo-se de especificar quanto este estapafúrdio conselho deverá pesar na bolsa de cada português

Entretanto, o monotema da pandemia inunda de novo os espaços informativos. Como se nada mais acontecesse. Como se não houvesse uma infinidade de outras doenças a ameaçarem seriamente a vida dos portugueses. Estas doenças voltam a tornar-se clandestinas: é tabu falar delas. Mas vão matando mais que nunca.

Oiço-os, com infinita paciência, e começo a chegar a uma perturbante conclusão: esta gente ensandeceu de vez.

4 comentários

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    Pedro Correia 26.11.2021

    Eis o nível de sapiência de um dos principais epidemiologistas que aconselham o governo, o omnipresente Carmo Gomes:
    https://visao.sapo.pt/visaosaude/2021-04-11-covid-19-ja-fui-vacinado-posso-ser-infetado-e-transmitir-a-doenca-6-perguntas-e-respostas/
    «não há certezas...»
    «o mais certo é...»
    «parece que...»

    Pergunto: é isto ciência?
    Andamos todos, há quase dois anos, a ser cobaias destes supostos especialistas?
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    jo 26.11.2021

    Os cientistas não têm certezas absolutas e vão-se desdizendo à medida que sabem novos factos. É a natureza das coisas.
    Só os tolos e os comentadores políticos têm certezas absolutas e definitivas. E memória seletiva. De repente esqueceram-se todos do que disseram em janeiro do ano passado após um surto grave de covid. Nessa altura as autoridades de saude eram pouco menos que assassinas por não terem prevenido o surto. Partece que hoje são estúpidas por estarem preocupadas com um novo surto.
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    Pedro Correia 26.11.2021

    Há um ano não havia um só português vacinado.
    Em Outubro, Portugal tornou-se o primeiro país do mundo com 85% da população vacinada e com 100% de vacinas aos maiores de 50 anos.
    https://sicnoticias.pt/especiais/vacinar-portugal/2021-10-13-Covid-19-os-numeros-da-vacinacao-em-Portugal-e-no-Mundo-42c4410b

    Comparar as duas situações deriva da habitual desonestidade intelectual de quem se esconde no anonimato para debitar não importa o quê.
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