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Delito de Opinião

Ensinar o quê?

Maria Dulce Fernandes, 25.05.23

Como tenho vindo a demonstrar em várias publicações, estou (eu e milhares de portugueses) em completo desacordo com a introdução do digital nas provas de aferição do primeiro ciclo. 

Subscrevo na integra a opinião que o professor António Carlos Cortez manifestou neste vídeo que aqui publico. 

Será a estupidificação das massas condição medular para o progresso da humanidade?

(vídeo SIC Notícias)

8 comentários

  • Animo-me por não ser só por cá?
    Rala-me imenso a estupidificação dos espanhóis, por exemplo, que são maioritariamente estúpidos por natureza. ¡Olé! Ver a minha neta labutar para escrever meia dúzia de linhas em quase duas horas e ficar apavorada sempre que se engana porque pensa que não é capaz, deixa-me horrorizada. Tem 8 anos caramba! E nem lhe posso dizer que mande aquela estupidez toda às urtigas, que não tem valor qualificativo para transitar de ano, porque lhes incutiram esta paranóia e porque seria desautorizar um professor, e isso seria impensável.
    Um exemplo: Fico a pensar porque raio é que lhe compro livros e lhe peço que me conte as histórias depois de ler, se pode ir online e encontrar um resumo de 10 linhas? Como se aprende a escrever bom português se o Word tem corrector e MANDAM APRENDER A USÁ-LO?
    Não existe política de bota abaixo, apenas bom senso, que é o que falta à classe governativa.
  • Sem imagem de perfil

    Carlos Sousa 25.05.2023

    Como é que era no nosso tempo?
    Eu ainda andei na telescola, eram proibidas as máquinas de calcular. O bulling era resolvido à chapada. Quem é que se preocupava se ficávamos mais estúpidos ou não? Eram outros tempos. Não se lembra dos velhos na altura dizerem que a mocidade (nós) não sabia nada e que a quarta classe deles valia tanto quanto um curso superior.
    Assim como nós nos adaptámos, também os miúdos vão ter de se adaptar. O futuro é digital, a transformação é muito mais rápida e é natural que agora sejamos nós os novos velhos do Restelo.
  • Numa coisa acertou: Aprendi mais na minha 4a classe com uma professora fantástica , em matérias como o português, matemática, história, ciências, geografia e cultura geral, por assim dizer, do que muitos miúdos e graúdos com cursos superiores, que actualmente escrevem com erros e vergonhosamente os publicam nos media.
    As crianças têm muito tempo para serem seduzidas e alienadas pelo digital, como nós fomos ou não estaríamos aqui a trocar galhardetes. Não precisam engolir " sapos cegos" com 7 e 8 anos, e andarem inquietas com uma obrigação cujo único objectivo é a correcção mecanizada e não fastidio-cansativa das provas dos alunos.
    A minha filha mais velha é professora e eu sei o que é vê-la, como tantas outras e outros , claro, chegar com braçadas de provas aleatórias para corrigir, o tempo que consome e o trabalho que dá. Só que a minha filha também não entende esta ideia peregrina. Talvez porque não é funcionária pública?
  • Sem imagem de perfil

    balio 25.05.2023

    A minha filha mais velha é professora e eu sei o que é vê-la chegar com braçadas de provas aleatórias para corrigir, o tempo que consome e o trabalho que dá.

    Exatamente. Precisamente por isso é que atualmente se faz - mesmo nas melhores universidades! - testes com resposta múltipla em formato digital. Os alunos ou estudantes colocam cruzinhas (no computador) nas respostas que lhes parecem acertadas, e no fim o computador automaticamente corrige o teste e atribui a classificação. Basta premir um botão e em menos de um segundo todos os testes estão corrigidos e todas as notas estão atribuídas. Pessoas como a sua filha ficam sem esse trabalho chatíssimo para fazer.
    Tenho um filho que estuda numa das mais prestigiadas universidades deste país, e todos os testes e exames que ele faz são em formato digital.
    É claro que há certas cadeiras e certos saberes que dificilmente são testáveis desta forma, mas eles são mais exceções do que norma.
  • Balio, apesar de não estar completamente de acordo, consigo entender que estudantes com 17, 18 ou 19 anos, já com idade de votar, portanto, que frequentam as "mais prestigiadas universidades deste país" e as outras também, possam fazer testes e exames em formato digital. Não consigo conceber que obriguem crianças com 7 e 8 anos a passar por este tipo de violência psicológica. É completamente ilógico. Os seus filhos com 7 e 8 anos faziam exames num computador?
  • Sem imagem de perfil

    balio 25.05.2023

    Não consigo conceber que obriguem crianças com 7 e 8 anos a passar por este tipo de violência psicológica.

    Oh Dulce, eu também não consigo conceber. Porém, se o ministro diz que efetuaram testes digitais com crianças reais, de carne e osso, e que, nem elas se queixaram, nem esses testes digitais exibiram resultados nem especialmente bons nem especialmente maus, então eu sou obrigado a acreditar.

    Há coisas que a Dulce e eu não conseguimos conceber, porém são verdadeiras.

    Se o ministro viesse dizer que ia efetuar testes digitais sem nunca ter testado essa ideia, eu repudiá-lo-ia completamente, e diria, como a Dulce, tratar-se de uma violência psicológica e de péssima pedagogia. Mas se o ministro afirma que já testou o método, que ele funcionou e que as crianças não se queixaram, então eu vejo-me forçado a retirar as minhas objeções.

    Os seus filhos com 7 e 8 anos faziam exames num computador?

    Não. Mas o facto de não se fazerem testes com computador na escola primária há dez anos não significa que seja impossível fazê-los.

    Há dez anos também não havia nómadas digitais nem pessoas a trabalhar a partir de casa, apesar de já nessa altura haver meios tecnológicos para o fazer. Nesse tempo pensava-se que uma tal organização do trabalho seria impossível. Mas agora faz-se correntemente! Coisas que há dez anos se pensava serem impraticáveis, atualmente estão na moda.
  • "Porém, se o ministro diz"... nem entendo como uma pessoa esclarecida ainda consegue acreditar nestes trafulhas. Garantidamente as crianças que participaram no " estudo" não foram seguramente introduzidas no mesmo ambiente, de turmas sem computadores ou com um para cada 10, ou cada 5, porque a realidade é esta. Quem sabe nem lhes disseram que do seu desempenho dependiam os resultados das provas de aferição... "Porém, se o ministro diz" ... deste governo todos os ministros são uns trafulhas. Como disse há uns posts atrás, nada me admiraria se estivéssemos à beira de mais um escândalo, desta vez com PCs, porque a entrega e distribuição dos equipamentos tem sido vergonhosamente a conta-gotas... o PC que atribuíram à minha neta não tem wi-fi a funcionar. Se quisermos que funcione, temos de pagar.
    Mas "Porém, se o ministro diz" , deve estar tudo bem, não é?
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