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Delito de Opinião

E mais não digo

Sérgio de Almeida Correia, 06.05.15

Podem pensar o que quiserem. E até aplaudir a sua atitude. Porém, não poderia deixar de registar a perfídia que se revela na atitude de quem um dia conta a sua vida familiar nas páginas das revistas cor-de-rosa para num outro dia emitir um comunicado destes, aliás compreensível para qualquer pessoa normal. Afinal, a mesma pessoa que considera que os seus pagamentos à Segurança Social ou ao Fisco são matéria do foro privado, esquecendo-se de que é primeiro-ministro, para acabar, da forma mais espantosa, em antevéspera de eleições e depois de assinar um acordo de coligação, a trair a confiança do sócio que o mantém no poder e a autorizar a publicitação de pormenores de muitíssimo mau gosto sobre a doença da sua própria mulher, não a poupando à exposição pública que antes queria evitar. Outros primeiros-ministros colhidos pelo infortúnio da doença não agiram assim. Nem antes, nem depois. 

O passado que era criticável, e que foi atempadamente por tantos criticado, com inteira razão, tem servido para tudo. Há quem aceite isso. Eu não penso assim. E acrescento que o esforço feito pelos portugueses para se cumprir o programa de ajustamento, tudo aceitando para não se desonrarem ainda mais, não pode servir para justificar o deboche que nesta pré-campanha é oferecido aos portugueses pelo seu primeiro-ministro para ganhar mais uns votos.

Quem ainda ontem criticava os maus exemplos de alguns mamíferos não pode agora ficar calado. Não pode simplesmente dizer Ámen. A não ser que se seja da mesma linhagem. 

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