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Delito de Opinião

Dor, saudade e raiva

Diogo Noivo, 01.05.19

Perdi uma amiga que tinha um coração doce e um sorriso glorioso. Corrijo, não a perdi. Foi-me roubada de maneira vil, insidiosa e cobarde. Lamentavelmente, não sou o principal lesado. Antes fosse. Há dois petizes que ficaram sem mãe e um querido amigo que ficou sem o amor da sua vida. Há uma mãe viúva à qual foi arrancada a sua única filha. Há ainda um grupo de amigos de longa data que ficou amputado.

As razões do cretino responsável por tamanha desgraça são para mim imperscrutáveis. Na verdade, as razões pouco importam. A nuvem de angústia e dor lancinante que deixou a pairar sobre várias cabeças é demasiado grande e opressiva para ser explicada. Só percebemos a enormidade da coisa quando nos toca na pele.

Resta-me agarrar a saudade, as muitas memórias de amizade e carinho. E recriminar-me por não ter estado mais presente. Porque não tenho qualquer ambição de chegar ao céu, que sempre me pareceu um sítio aborrecidíssimo, espero que a ira do destino se abata com um fulgor brutal e impiedoso sobre o filho da puta que nos roubou.

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