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Delito de Opinião

Do tabefe virtual ao drama real

Pedro Correia, 29.06.17

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 Dois pesos, duas medidas: João Soares saiu, Constança de Sousa ficou

 

Quase duas semanas após a catástrofe de Pedrógão, com o seu macabro cortejo de 64 mortos e 254 feridos, estaremos todos de acordo nisto: é essencial encontrar todas as respostas, sem subterfúgios nem biombos, que permitam explicar como ocorreu esta tragédia. A apressada tese da "trovoada homicida" já caducou. E a rocambolesca teoria da "árvore assassina" hoje não convence ninguém: lamento que o director nacional da PJ tenha sido o primeiro a anunciá-la ao País sem investigação nem fundamento.

Por muito respeitável e compreensível que seja a  comoção da ministra da Administração Interna, isto não a iliba de responsabilidades efectivas pelas graves falhas operacionais que terão sido cometidas por estruturas sob o seu comando hierárquico. Essas falhas terão de ser apuradas, acarretando consequências - doa a quem doer.

Entretanto, sabemos desde já qual é o entendimento para o Executivo da "nova ética da responsabilidade" invocada no discurso da sessão solene do 25 de Abril pelo deputado socialista Alberto Martins: é mais fácil haver uma demissão no Governo quando um ministro promete no Facebook dar um tabefe a um par de comentadores do que alguém abandonar a cadeira do poder perante o mais devastador incêndio da história contemporânea em Portugal. 

 

4 comentários

  • Sem imagem de perfil

    V. 29.06.2017

    Portanto, o Governo do PS não só não tem culpa como a culpa ainda foi da floresta por não se saber limpar a si própria e os eucaliptos não são de esquerda. Já percebemos a lógica.

    Não quer tirar o p aos eucaliptos para nos aproximarmos mais da verticalidade dos povos tropicais?
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    Pedro Correia 29.06.2017

    A grande questão de fundo é esta: por que motivo um País tão habituado a enfrentar incêndios florestais, ano após ano, foi incapaz de prevenir esta catástrofe, deixando à mercê do destino tantas pessoas que imploraram auxílio em vão?
  • Sem imagem de perfil

    V. 30.06.2017

    Porque a arquitectura e a filosofia do Estado é o parasitismo, não o altruísmo. O resto é sorte ou azar.
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