Saltar para: Post [1], Comentar [2], Pesquisa e Arquivos [3]

Delito de Opinião

Do tabefe virtual ao drama real

Pedro Correia, 29.06.17

               João_Soares_Senate_of_Poland[1].JPG 30656_54663_Constanca_Urbano_de_Sousa1[1].jpg

 Dois pesos, duas medidas: João Soares saiu, Constança de Sousa ficou

 

Quase duas semanas após a catástrofe de Pedrógão, com o seu macabro cortejo de 64 mortos e 254 feridos, estaremos todos de acordo nisto: é essencial encontrar todas as respostas, sem subterfúgios nem biombos, que permitam explicar como ocorreu esta tragédia. A apressada tese da "trovoada homicida" já caducou. E a rocambolesca teoria da "árvore assassina" hoje não convence ninguém: lamento que o director nacional da PJ tenha sido o primeiro a anunciá-la ao País sem investigação nem fundamento.

Por muito respeitável e compreensível que seja a  comoção da ministra da Administração Interna, isto não a iliba de responsabilidades efectivas pelas graves falhas operacionais que terão sido cometidas por estruturas sob o seu comando hierárquico. Essas falhas terão de ser apuradas, acarretando consequências - doa a quem doer.

Entretanto, sabemos desde já qual é o entendimento para o Executivo da "nova ética da responsabilidade" invocada no discurso da sessão solene do 25 de Abril pelo deputado socialista Alberto Martins: é mais fácil haver uma demissão no Governo quando um ministro promete no Facebook dar um tabefe a um par de comentadores do que alguém abandonar a cadeira do poder perante o mais devastador incêndio da história contemporânea em Portugal. 

 

4 comentários

  • Imagem de perfil

    Pedro Correia 29.06.2017

    Demissão, só a do ministro que prometeu dar um par de tabefes nos comentadores.
    Aí não faltaram vozes indignadas a reivindicar a guilhotina. Esta, por exemplo:
    http://expresso.sapo.pt/blogues/opiniao_daniel_oliveira_antes_pelo_contrario/2016-04-07-Obviamente-demita-se
  • Sem imagem de perfil

    Anónimo 29.06.2017

    Tolice do Daniel.
    Era óbvio que J. Soares não tencionava dar tabefe nenhum, estava só no gozo. Talvez exagerasse um bocadinho. Um Ministro praticamente não pode abrir a boca, corre sempre o risco de sair alguma coisa com sentido dúbio e há sempre quem interprete como quer e gosta.
  • Imagem de perfil

    Pedro Correia 29.06.2017

    Digamos que foi uma flor de retórica - e nada mais. Mas na altura foi lapidado na praça pública. Por muitos que agora estão recolhidos numa espécie de silêncio monacal.
  • Comentar:

    Mais

    Se preenchido, o e-mail é usado apenas para notificação de respostas.

    Este blog tem comentários moderados.