Do Alentejo a Trás-os-Montes
Foto Tiago Miranda/Expresso
Palavra dada é palavra honrada, como diz o outro.
Lá fui portanto ao lançamento do livro do Henrique Raposo, Alentejo Prometido. Valeu a pena. Estava muita gente na Bertrand das Picoas - precisamente o local onde lancei o meu primeiro livro. Seguramente mais de duas centenas - entre as quais o cardeal-patriarca, D. Manuel Clemente, e o empresário Alexandre Soares dos Santos.
O Henrique chegou a comover-se enquanto fazia alguns agradecimentos, certamente satisfeito por se sentir rodeado de tão vasta "moldura humana", para usar uma expressão popularizada pelos relatores do futebol. Antes dele, apresentando o autor e a obra, falaram o escritor José Rentes de Carvalho e o jornalista Henrique Monteiro, responsável por ter convidado o seu homónimo para colunista do Expresso, já lá vão uns dez anos.
Nenhum dos energúmenos que andaram a exibir nas redes sociais imagens do livro a ser queimado ou a lançar impropérios de todo o tipo ao autor apareceu por lá. Houve um protesto, sim, mas com classe e categoria: a dada altura alguns assistentes, devidamente organizados, cantaram um coral alentejano com irrepreensível afinação, retirando-se de seguida entre aplausos de muitos dos presentes. A sessão prosseguiu sem sobressaltos.
Cruzei-me com o Pedro Boucherie Mendes, sportinguista dos quatro costados, e com o Ricardo Araújo Pereira, benfiquista até à medula.
Vi muitos outros rostos conhecidos: lá estavam o Alexandre Borges, o Luís Naves, o André Abrantes Amaral, o João Villalobos, o Rodrigo Saraiva, o João Távora. Cumprimentei também o João Vieira Pereira, o Pedro Lomba, o Miguel Morgado, a Helena Nogueira Pinto, a Isabel Goulão, a Sofia Vala Rocha, a Tânia Raposo, o Nuno Costa Santos, a Paula Caeiro Varela, o João Céu e Silva, o Luís Rosa. Felicitei o Pedro Mexia pelo lisonjeiro (e merecido) convite que lhe fez Marcelo Rebelo de Sousa para consultor da Presidência da República na área cultural. Apresentei-me finalmente à Carla Quevedo, colega de tantos anos na blogosfera.
Prometi ao Francisco José Viegas que na quinta-feira estarei no lançamento de outro livro, em que ele será anfitrião. E, claro, também a nossa Ana Margarida Craveiro - esposa do autor - mereceu um cumprimento especial.
Tratando-se de uma livraria, não podia ter saído de lá sem livros. Trouxe Os Doze Césares, de Suetónio, com tradução de João Gaspar Simões (por sugestão do João Gonçalves), e Os Lindos Braços da Júlia da Farmácia, de Rentes de Carvalho (por sugestão da Alda Telles). Mais dois títulos para leituras das minhas primeiras férias de 2016, que não vão tardar.
De Suetónio, claro, não foi possível trazer autógrafo. Mas do transmontano Rentes de Carvalho sim. Com extrema simpatia e um vigor notável para um homem de 85 anos, recusou a cadeira que alguém lhe foi buscar e assinou-me o livro ali mesmo, em pé, enquanto trocávamos dois dedos de conversa, com um repórter do canal Q à espera para lhe fazer uma entrevista.
Daqui a dois dias o livro será outro. E prometo desde já dar notícia dele.