Digerindo o relatório da OMS
Nada disto é novidade. Notícia foi a OMS tê-lo assumido, contra o poderosíssimo lobby dos produtores de carne. Chapeau!
Não li o relatório e através dos media não apurei o principal. E o principal seria saber quanta carne se pode consumir sem arriscar um cancro. Um bife, duas vezes por semana, pode ser? Um cozido só no pino do Inverno e de 15 em 15 dias é razoável?
A moderação, sobretudo num tempo em que praticamente nada do que se consome para alimentação é isento de contraindicações, é tudo.
Dito isto, o alerta da OMS pode suscitar alarmismos se não convenientemente enquadrado, mas tem o grande mérito de nos chamar a atenção para a percentagem de carne que a nossa cultura alimentar nos coloca no prato. Com ou sem cancro no horizonte, comê-la quase todos os dias é uma escolha que nos é induzida pela indústria, que está sempre atenta às nossas necessidades e fraquezas. Necessidade, temos sempre a de poupar tempo. Fraqueza temos a da preguiça de cultivarmos hábitos mais saudáveis, mas que dão trabalho. Da sandes de fiambre, à bifana, passando pela empada de galinha e o icónico hamburguer, é de carne que se fazem quase todos os expedientes a que recorremos para saciarmos a fome sem grandes maçadas.