Dies Mundi
O mundo é aqui é agora, na porta ao lado, na próxima esquina. O mundo é a realidade que engoles ensonado, a fumegar, que empurra a panaceia matinal contra as maleitas do tempo.
O mundo é a atmosfera saturada que respiras ofegante através do trapo que te oferece fraco consolo como filtro das pestilências que te envolvem, as físicas, porque para as outras não há filtro nem machado.
O mundo é tudo o que sentes e pensas que sabes. Não sabes se sabes tudo ou se apenas sabes a realidade que te envolve e que te ilude.
O mundo é o lento girar das sombras que vês passar até ao regresso da luz que cada vez mais tarda em chegar.
O mundo é vida e palpitante . Podes nada entender da realidade do mundo, mas sabes que mordaças e grilhões aguardam na parda antecâmara da morte de todas as mortes, aquela que deixa para trás o corpo vazio de alento de quem a alma se apagou nas chama da desolação e do terror.
O mundo é o espelho do medo.