Diário semifictício de insignificâncias (34)
Aguardo sozinho no passeio a mudança do semáforo quando uma miúda (loura, sete ou oito anos) me grita da janela de trás de um carro que passa: «Adeus!»
Com atraso, devolvo-lhe o cumprimento. Fico a sorrir, mas depois começo a perguntar-me por que razão gritara ela «adeus». Por que não «Olá», «Bibó Porto» ou «És velho»? Será um presságio?
Tenho imenso cuidado a atravessar a rua e em todo o trajecto até casa. Mas durante o jantar quase me engasgo. Se amanhã não acordar, fica tudo explicado.