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Ela - Nada é mais natural do que a defesa dos mais fracos.
Ele - Discordo. Eu defendo os mais fortes e os mais aptos.
Ela - Que é isso?! Eu sou defensora dos fracos e dos oprimidos. E com muita honra, ficas a saber!
Ele - Dos fracos não reza a história. Os fortes é que têm de ser defendidos.
Ela (cantarolando) - "Avante camarada, avante / junta a tua à nossa voz."
Ele - Cala-te. Odeio isso! Quase tanto como odeio o direito à igualdade.
Ela - Não me mandas calar! Os direitos são iguais.
Ele - Não existe igualdade. Não existe fraternidade. Não existe sociedade. Só existe indivíduo. Cada um por si. Este é o conceito que nos une, a nós, neoliberais.
Ela - O conceito que vos une, o caraças! Tu vais acabar por sair da caverna, seja a bem seja a mal. E sou eu que te vou reabilitar para a sociedade.
Ele - Na caverna é que os homens eram iguais. Esse é o problema da esquerda: nunca saiu da caverna.
Ela - Vocês é que são homens das cavernas. Todos uns trogloditas! E o vosso pensador de cabeceira chama-se Fred Flintstone.
Ele - A desigualdade é o motor do mundo.
Ela - 'Tás-me a irritar. Hei-de evangelizar-te, nem que seja à porrada.
Ele - Hum. Dessa linguagem já estou a gostar. Vê-se que começas a assimilar as minhas lições.
Ela - Há-de haver sempre desigualdades, a esquerda democrática assume isso. O nosso objectivo não é acabar com as desigualdades, mas diminuí-las.
Ele - A esquerda, se fosse verdadeiramente pela igualdade, seria igual à direita, que chegou primeiro.
Ela - Mas a direita nem quer ouvir falar em igualdade de oportunidades!
Ele - Quem chega primeiro dita as regras. Se vocês defendem a igualdade, então tornem-se iguais a nós.
Ela - Iguais a vocês? Nem penses, meu reaccionariozinho fofo.
Ele - Não me chames isso!
Ela - Reaccionariozinho?
Ele - Não: fofo. Para mim reaccionário é elogio.
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