Dia da Liberdade
Estado de emergência a vigorar até 2 de Maio, data em que será presumivelmente substituído por um estado de calamidade pública. Supressão parcial ou total da liberdade de circulação, da liberdade de reunião, da liberdade de manifestação, do direito à greve, do direito de resistência, do direito de emigração, do direito de iniciativa económica privada. Centenas de pessoas detidas por crime de desobediência. Selos sanitários em hotéis e restaurantes - deixando implícito que os restantes serão pestíferos ou purulentos. Medição de temperatura a futuros clientes à entrada de restaurantes e de trabalhadores nas empresas. Praias com lotação limitada - algo jamais visto neste país, nem sequer em períodos de ditadura. Interdição da prática de cultos religiosos, em flagrante contraste com o culto dos rituais do Estado, que continuam a praticar-se. Perseguição a velhos nos jardins públicos e a jovens surfistas nas águas do mar. "Cercas sanitárias" decretadas em vários perímetros municipais, mesmo em concelhos com apenas dez casos de infecção por coronavírus detectados. Mecanismos de "reconhecimento facial" em avaliação para possível réplica local dos métodos que já são correntes na China. Câmaras térmicas para detectar trabalhadores com febre. Drones com altifalantes exigindo às pessoas para recolherem a casa, como cães-pastores empurrando ovelhas para o curral. Desenvolvimento de tecnologias intrusivas para "medir o nível de confinamento" e "analisar a mobilidade dos cidadãos". Preparação para a chamada "geolocalização de contágios" por aplicação em telemóvel. Monolitismo de opiniões, a pretexto da obediência às autoridades sanitárias, transformando qualquer crítica em delito de lesa-patriotismo
Dia da liberdade. Festejemos, pois.