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Delito de Opinião

Dez livros para comprar na Feira

Pedro Correia, 04.06.16

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Livro um: O Islão e o Ocidente, de Jaime Nogueira Pinto

Edição D. Quixote, 2015

350 páginas

 

Muito se fala no fundamentalismo de matriz islâmica e nas atrocidades do Dito Estado Dito Islâmico (fórmula cunhada por Nuno Rogeiro que adopto com a devida vénia). Mas poucos sabem explicar, com minúcia e clareza, a dimensão histórica, social e religiosa dos devotos do profeta Maomé, que rivalizam com a fé cristã em expansão global.

Religião maioritária em largas dezenas de países que se estendem de Marrocos à Indonésia, o islamismo continua a ser lamentavelmente ignorado nas suas múltiplas facetas, reduzidas à vulgata caricatural pelo jornalismo dominante, cada vez mais superficial e preguiçoso. É por isso de saudar este ensaio sério, isento e muito bem informado que Jaime Nogueira Pinto nos traz em 13 capítulos densos mas de fácil e apelativa leitura proporcionada pelo estilo fluente do autor, que nunca sacrifica o rigor dos factos às suas opiniões sobre a matéria nem transige com qualquer proselitismo de pacotilha inspirado pelo ar dos tempos.

O Islão e o Ocidente é uma visão serena e lúcida, embora não isenta de perspectiva crítica, aos dramáticos desafios que nos são lançados pelo antigo Islão armado com novíssima e sofisticada tecnologia. Sem esquecer que dentro das vastas fronteiras do mapa islâmico se agita um mundo multipolar, longe do monolitismo que a indústria mediática tantas vezes apregoa.

Chegamos ao fim desta obra mais esclarecidos, mais bem informados e mais dotados de pistas de análise para entender o perturbante vínculo entre política e fé sob a bandeira do crescente muçulmano. De raros livros actuais se pode dizer o mesmo.

8 comentários

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    Pedro Correia 04.06.2016

    Meu caro Manuel, sobre a sua bem-humorada farpa ao popular romancista e professor universitário, limito-me a sublinhar esta evidência: pior que ser ignorante é cultivar a ignorância arrogante e atrevida.
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    lucklucky 04.06.2016

    Até parece que qualquer dos dois sabe alguma coisa de Fascismo e Marxismo para falar.
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    Pedro Correia 04.06.2016

    Não sabemos nada. Aguardamos as suas lições.
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    lucklucky 04.06.2016

    Por exemplo a tentativa de Socialização da Economia em 1943-45 na Republica Social Italiana.
    Não é possível existir tal política sem forte influência Marxista.



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    Pedro Correia 04.06.2016

    "República Social Italiana" foi apenas um rótulo para mascarar um minúsculo protectorado da Alemanha nazi no norte de Itália. Durou um ano, até à retirada final da tropa germânica de solo italiano. Nesse período o títere de Hitler manteve-se no colinho das SS, sem autonomia de qualquer espécie.
    É espantoso que você vislumbre a mão invisível do marxismo - logo, da luta de classes - nesse fugaz enclave fantoche onde o corporativismo fascista soltava os últimos suspiros.
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    M. S. 04.06.2016

    Caro Pedro:
    Eu, ignorante me confesso, pois tal como não sabia que o Fascismo era filho do Marxismo (não sei se legítimo, bastardo, primogénito, coxo, cego ou maneta), muito menos sabia que todo o mal do mundo derivava do Socialismo: que é a tese principal (e secundária, e terciária, e ...) do senhor lucklucky.
    Mas como Socialismo e Marxismo às vezes se confundem, vai daí todo o mal do mundo também pode derivar do Fascismo.
    Mau Maria, isto está confuso.
    Bem, vou dormir para aclarar as ideias.
    (Manuel Silva)

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    Pedro Correia 04.06.2016

    Faz muito bem, meu caro. Certos debates são estéreis desde o primeiro instante.
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