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Delito de Opinião

Derrotados

Sérgio de Almeida Correia, 19.05.25

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(créditos: Meiline Gonçalves, Madre Media)

PS: É o maior derrotado destas eleições. No curto espaço de dois anos o PS passa de uns confortáveis 41,37%, que correspondiam a um grupo parlamentar de 120 deputados e a mais de 2 milhões e 300 mil votos, para 23,38%, que são menos de 1 milhão e 400 mil votos e apenas 58 deputados. Na melhor das hipótese ainda irá aos 59 depois de se apurarem os resultados da emigração. Em 2024 o PS  havia perdido 489 mil votos. Ontem perdeu mais 417 mil. Em Lisboa livraram-se de mais de 65 mil votos. Em Setúbal voaram mais de 35 mil. Em Aveiro, por onde entrava o líder, desapareceram cerca de 27 mil votos. Em Faro foram mais de 13 mil votos que se evaporaram em 12 meses sob a liderança daqueles crânios e daquela brilhante lista que se apresentou a eleições. Provou-se que um partido capturado pelo moribundo, e mais do que sinistro, aparelho de funcionários, apparatchiks e fedayins incompetentes, vindos da JS e do socratismo, não tinha nada para apresentar ou oferecer aos portugueses. Não havia discurso, propostas credíveis e actuais, um mínimo de inteligência e um discurso coerente. De norte a sul levaram nas lonas. No Algarve voltaram a ser humilhados pelo Chega. Levaram bordoada da grossa. Levaram bem. Pode ser que aprendam e tenham a humildade de passar a ouvir os outros, de aprender alguma coisa. Pedro Nuno Santos, Augusto Santos Silva, Carlos César, estavam todos a precisar, há muito tempo, de uma boa esfrega. Desta vez levaram com uma escova de piaçaba no lombo. Pode ser que o partido e os seus militantes agora acordem, se livrem desta gentinha que tomou conta dele. A "golpada" para evitar directas abertas na escolha do líder e afastar José Luís Carneiro da liderança, mantendo a tralha, obtém agora o justo prémio. O próximo líder vai ter muito que fazer para limpar a casa e reabilitar o PS, começando por correr com o actual presidente que, violando os estatutos e o seu dever de isenção, apoiou o líder derrotado nas eleições internas. A alternativa será prosseguir o percurso para a insignificância e dar cabo do que resta da herança de Soares. E nas próximas eleições o PS precisará de se descartar daquele arremedo de bancada parlamentar feito de chicos e flausinas à imagem do líder derrotado e que é de meter medo ao susto. Há que mandá-los, à maioria, estudar e trabalhar. E quanto a Mariana Vieira da Silva, Ana Catarina Mendes ou Alexandra Leitão, se têm, ainda, veleidades quanto à liderança do partido, o melhor é ganharem juízo. Quem trouxe o PS para este miserável atoleiro político e ideológico não pode ter lugar em qualquer direcção. A não ser para atrapalhar.

 

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(créditos: João Relvas/LUSA)

BE: O BE andou a discutir com o PS o primeiro lugar da estupidez política. Os seus eleitores não o pouparam. A sua liderança ainda se lembrou, à vigésima quinta hora, de ir buscar a brigada dos gerontes vermlehos para as listas – Louçã, Rosas, Fazenda –, sem perceber que o país se cansara deles e que não acrescentavam nada para a resolução dos seus problemas. Ficaram reduzidos a um deputado, pouco mais de 100 mil votos. Tiveram o fim que mereciam para a sua pesporrência. Em 2023, Mariana Mortágua queria “Levar o país a sério”. Dois anos depois os portugueses não a levaram a sério. Os eleitores não são estúpidos.

 

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(créditos: Manuel de Almeida/LUSA)

CDU:  Pouco há a dizer da CDU. Continua a sua irreversível descida rumo à total insignificância. Não aprendeu nada em democracia e ainda anda à procura do que resta do Muro de Berlim. António Filipe deve voltar à assessoria parlamentar. Nos seus antigos bastiões alentejanos mandam agora os “fascistas” e “latifundiários” do Chega. Com o voto popular. Será certamente doloroso para a maioria das suas aventesmas, apesar de poder servir como despertador para a realidade, o que, em todo o caso, duvido. Quem não aprendeu até agora, nunca irá aprender. Menos ainda com os exemplos dos seus amigos cubanos, venezuelanos ou norte-coreanos.

 

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Manuel Castro Almeida:  O PSD voltou a não conseguir eleger nenhum deputado em Portalegre, onde a lista era liderada pelo ministro-Adjunto e da Coesão Territorial. Foi um dos rostos que mais vigorosamente defendeu Montenegro nas trapalhadas da Spinumviva. Pode continuar no Governo, não se livra desta pesada derrota numas eleições em que o seu partido e a coligação que integrava conseguiram em Portalegre cometer a proeza de ficar atrás do Chega e de um PS que perdeu em toda a linha.

 

SIC - Taxa de abstenção nas eleições legislativas foi a mais baixa dos  últimos 30 anos | Facebook

ABSTENÇÃO: Foi uma lição dos eleitores que normalmente não vão às urnas. Uma redução de 40,16% para 35,62% é sinal de que ainda há quem se interesse por Portugal. Apáticos só até certo ponto. [Actualização: na redacção desta nota baseei-me nos dados disponiblizados pela LUSA, SIC, Público. No entanto, os valores diferem do que consta do site da CNE. acho estranho que haja uma diferença tão grande. Se a CNE estiver correcta, a abstenção subiu. Todavia, aguardarei pelos resultados finais já com os círculos da emigração]

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