Delitos poéticos (8).
CANÇÃO DA ERRÂNCIA.
Eu sou o irregular o vagabundo o erradio
eu sou da errância e da distância e da errática
e proibida margem de outro rio.
Haverá sempre em mim a linha matemática
e a gramática secreta do Padre António Vieira.
A minha terra é sempre em terra estranha
quem me quiser procure na fronteira
eu sou de algures entre o azul e a Espanha.
Manuel Alegre