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Delito de Opinião

DELITO há três anos

Pedro Correia, 08.03.25

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José Meireles Graça: «Os Ucranianos estão-nos a defender; Putin não. E mesmo que o efeito boomerang das sanções, os problemas da integração dos imigrantes, a situação no terreno e o cansaço venham a provocar um efeito de fadiga, e logo o evoluir da opinião pública para teses derrotistas, não é preciso empurrar.»

 

José Pimentel Teixeira: «Há um terceiro núcleo de activistas avessos a uma condenação da invasão russa, os militantes do blaseísmo, essa ideologia dominante da pequeno-burguesia arrivista lisboeta (com sucursais no Porto). Ciosos em criticarem a expressão de sentimentos, indignações ou mesmo análises alheias, as quais consideram coisa "tããõ po-vô", tão popularucha, desta gente desinformada que saltita entre o big brother e o futebol mas que se atreve a opinar, assim a querer parecer como... "nóós!". Confesso que a este grupo prefiro - excepto uma ou outra facebuquista destas, particularmente bem apessoada - os velhos comunistas, empedernidos.»

 

Teresa Ribeiro: «Mãe galinha que sou, sempre pensei que não haveria causa que pudesse alguma vez colocar acima da integridade física do meu filho. Mais: nunca entendi como podia haver mães que sentissem e pensassem o contrário. Até que comecei a assistir a esta guerra em directo e a admirar, comovida, o estoicismo das mulheres ucranianas. Quedo-me estupefacta a ler nos seus rostos o desespero embrulhado em revolta, o conformismo valente de quem aceita que há momentos em que é necessário fazer sacrifícios pessoais, por mais dolorosos que sejam. Vejo-as e pergunto-me se era capaz. Acho que não. Mas apercebo-me de que em mim alguma coisa mudou. Porque agora eu entendo.»

 

Eu: «Chocada com a agressão do seu próprio país à Ucrânia, esta pintora e activista decidiu ostentar dois rudimentares cartazes de protesto - um a favor da paz, outro contra a utilização de armas nucleares. Onde se liam frases como estas, escritas em russo: «Filho, não vás para esta guerra! Soldado! Larga as armas e torna-te um verdadeiro herói! Não dispares!» Discurso interdito na Rússia totalitária de Vladimir Putin onde a palavra guerra está banida do léxico público e uma mãe que chore um filho soldado morto na Ucrânia arrisca pesada pena de prisão por traição à pátria.  Mesmo assim Elena saiu à rua, em Sampetersburgo. Exibindo as mensagens que redigiu naqueles cartazes considerados subversivos pelos esbirros do ditador.»

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