DELITO há três anos
José Pimentel Teixeira: «É interessante olhar para o que aconteceu entre os países da CPLP. Entre os seus 9 países, 4 dessolidarizaram-se com esta denúncia da negação russa à auto-determinação ucraniana - Angola, Guiné Equatorial e Moçambique abstiveram-se, a Guiné-Bissau eximiu-se à votação. E nisto é preciso contar com o actual percurso brasileiro, pois sendo certo que se esse país votou favoravelmente a (de facto) simbólica condenação, o seu presidente Bolsonaro não só acaba de visitar, efusivamente, a Rússia como já depois do início da invasão reiterou a "neutralidade" do seu país face a esta situação.»
Sérgio de Almeida Correia: «Ontem, quando assisti pela televisão a uma conferência de imprensa dada em directo por Zelensky, com a presença da comunicação social estrangeira, no seu abrigo na região de Kiev, sete dias depois de iniciada a invasão e ocupação russa, que seria rápida e uma espécie de passeio depois de largos meses de preparação, não pude deixar de ficar impressionado e comentar para comigo mesmo o que pensaria Putin naquele momento. Que diabo, Zelensky não estava em África, refugiado no meio da Jamba, e o exército russo não é a rapaziada das FAPLA ou o exército angolano. E ele ali estava, no seu posto de combate, a falar com a imprensa internacional. Para Putin e para os generais russos a invasão da Ucrânia já está a ser uma humilhação. A conferência de imprensa de Zelensky confirma-o.»
Eu: «Um dos mais sinistros documentos registados na História: o famigerado "pacto de não-agressão" germano-soviético assinado a 23 de Agosto de 1939, em Moscovo, por Molotov (o Lavrov estalinista) e Ribbentrop (o Lavrov nazista). Nove dias depois, começava a II Guerra Mundial. Com a invasão, ocupação e anexação da Polónia por forças bélicas alemãs e soviéticas.»
Até ao fim da próxima semana, por motivos óbvios, lembro o que aqui se escreveu há três anos e não há dez