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Delito de Opinião

DELITO há dez anos

Pedro Correia, 13.05.25

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João Campos: «Há anos que ouço falar na crise dos cinemas, na falta de público, na fraca bilheteira para praticamente todos os filmes que não sejam as grandes produções norte-americanas, e nos mais variados bodes expiatórios (a pirataria costuma ser o mais frequente, e é com igual frequência um tiro ao lado). Vai na volta, e o preço dos bilhetes até tem alguma coisa que ver com o caso.»

 

José António Abreu: «A minha prima Cristina confidenciou-me que a mãe, recusando embora admiti-lo para não dar o braço a torcer perante a irmã, já percorreu a pé os trinta e tal quilómetros até Fátima mais duas vezes. Para que a Deus não restem dúvidas acerca do seu empenho. Prometi a Cristina manter o segredo mas, a cada nova reunião de família, pergunto-me se não seria mais caridoso - mais cristão, até - deixar escapar a verdade.»

 

Luís Menezes Leitão: «Parece que hoje é o dia em que tencionam tornar obrigatória a utilização do inenarrável "acordês", que um grupo de ignorantes, que se julgam iluminados, quis impor à força aos portugueses. Pela minha parte tenciono exercer o meu direito de resistência e continuarei a escrever até à morte no português que os meus saudosos professores me ensinaram desde criança. Porque o resultado desta imbecilidade está à vista neste anúncio. O grupo Optivisão agora acha-se "o maior grupo ótico português". Talvez o referido "grupo ótico" devesse saber que, em português, "ótico", como qualquer dicionário lhe pode informar, é respeitante ao ouvido. Se se quiser falar da visão, diz-se antes "óptico".»

 

Sérgio de Almeida Correia: «A fé não se descreve. A fé não se vê. E, no entanto, ela ali está. Em silêncio, entre aquela mole compacta e serena que vê os séculos passarem. Ou serão os séculos que os vêem passar e os vão acolhendo? (...) Sinto-os aconchegados. Vejo os seus rostos, a sua serenidade. A fé deve ser isto. E eu ali, para ali, transportando o tempo comigo, em silêncio, como se nada daquilo fosse possível. Como se nada existisse a não ser aquilo. Aquele silêncio, aqueles cânticos, aquela paz. Aquela luz. Que me traz e que me leva, quando quer, quantas vezes sem eu saber. Silenciosamente. Como se eu não fosse também daqui. Como se eu não fosse também um dos deles. Como se eu não tivesse fé.»

 

Teresa Ribeiro: «A publicidade ao "peixe fresco" das grandes superfícies, diga-se em abono da verdade, é rigorosa. Lá fresquinho é todo ele. Os termómetros não mentem. Quanto à sua frescura, é uma questão de sorte. Se acertou em peixe com pouco tempo de casa, não terá razão de queixa, embora mesmo nestes casos do cheiro a hipermercado não se livra. Cheiro a mar, ou mesmo a peixe, só no mercado ou  na lota. Será que a ASAE anda em cima disto?»

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