DELITO há dez anos
Helena Sacadura Cabral: «Eu não sei se há listas VIP. Só sei que, de há dez anos para cá, sou sempre seleccionada pelo "computador da AAT" para ir mostrar toda a documentação relativa ao que declaro. Ora se acontece o mesmo ao Prof Marcelo Rebelo de Sousa - segundo sua declaração à TVI - que é uma alta personalidade, eu só posso desconfiar que o computador daquela instituição tenha, no mínimo, uma lista VIP(erina), na qual estou incluída e que persegue sistematicamente os mesmos...»
Luís Menezes Leitão: «Hoje parece evidente que a candidatura de Costa no PS era especialmente uma forma de lançar Sócrates para Belém, o que os socráticos sabiam que com Seguro seria completamente impossível.»
Luís Naves: «Se tivesse nascido em 1861, seria agora 1915 e o mundo era muito diferente daquele em que eu nascera. Era talvez agricultor não muito alfabetizado, com uma vida típica das pequenas comunidades. Acho que antes dos 30 anos teria emigrado para o Brasil, ou tentado, mas o mais certo era já ter morrido, das febres tropicais na tal aventura brasileira, ou algures no início do século, de apoplexia. Se por sorte ainda vivesse, era mais baixo do que sou e muito mais pobre.»
Patrícia Reis: «Tinha tudo. A carteira com os cartões, o pequeno porta-moedas vermelho, um bloco, duas canetas, as chaves de casa, as chaves do carro, a carta da edp para pagar no multibanco, um batom sem história, uma lima para as unhas, um rebuçado de mentol. Não tinha nenhum dinheiro na carteira, apesar disso enfrentou o centro comercial com o seu melhor ar, imaginando-se poderosa.»
Eu: «Se o Presidente da República é o "garante supremo" da Constituição, porque não ter no Palácio de Belém um dos próprios autores da lei fundamental? Vital Moreira, que se gaba de nunca virar costas a desafios, certamente não desdenharia tal cenário. O professor universitário coimbrão que foi jovem estrela da Assembleia Constituinte e se distinguiu como parlamentar comunista antes de ter rompido com o PCP e passar a integrar a bancada do PS em São Bento tem mais currículo do que outros proto-candidatos que vão animando as manchetes. Desde que António José Seguro decidiu riscá-lo da lista de candidatos ao Parlamento Europeu, em 2014, tempo não lhe falta. E disponibilidade ainda menos.»