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Delito de Opinião

DELITO há dez anos

Pedro Correia, 28.03.25

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José António Abreu: «Wild River (Quando  Rio se Enfurece) é um Kazan ligeiramente menos teatral do que as suas obras da primeira metade da década de 50 (Um Eléctrico Chamado DesejoHá Lodo no CaisA Leste do Paraíso). Pode até ser visto como uma primeira versão do filme seguinte, Esplendor na Relva. Inclui, porém, quase todas as suas marcas registadas: method acting, luta entre forças desiguais, preocupações sociais (neste caso, ligadas à questão racial), desejos reprimidos, paixões que se confundem com amor e são sobretudo desejo de escapar à realidade em que se vive.»

 

Sérgio de Almeida Correia: «Quando um povo convive habitualmente com o lixo acaba por se habituar ao cheiro. O céu azul e o sol nos olhos cegou-o. Desde que o lixo não lhe tape o sol, a gente não se importa porque mesmo cega tem sol, mar e quem lhe dê música. Se um dia lhes tirarem o lixo ainda irão estranhar. Com medo que o sol que os faz assim lhes falte.»

 

Teresa Ribeiro: «Também por cá não nos faltam recursos linguísticos para humilhar o próximo. A diferença que por enquanto existe entre uma sociedade como a americana e a nossa é que ainda não é compulsiva, mecânica e massiva a utilização do insucesso como arma de arremesso. Mas tudo indica que estamos quase lá. Há dias, no cinema, um anúncio a uma aplicação para telemóvel rematava com o icónico vocábulo. "Loser", assim mesmo, sem tradução. Para que o conceito passe com toda a sua força expressiva e fique.»

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