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Delito de Opinião

DELITO há dez anos

Pedro Correia, 18.02.25

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Fernando Sousa: «A sua escrita era rigorosa, informada, incisiva se fosse caso disso, e elegante, escrevesse sobre política, cultura ou desporto. Uma vez, por esses anos, desapareceu durante dias sem aviso prévio ou mensagem de doença. Quando o motorista do jornal lhe bateu à porta, encontrou-o com uma barba de dias e um monte de livros à direita, lá lidos, e outro à esquerda, por ler. Admirou-se que andassem à sua procura. Chamava-se Albano Matos, tinha 59 anos, trabalhou no DN até Junho do ano passado, quando o meteram num pacote de dispensáveis e o mandaram fora. Tinha outra coisa rara: perante o injusto, não se calava. Também por isto vai fazer falta.»

 

José António Abreu: «Há uma versão dos acontecimentos segundo a qual a culpa das dívidas dos Estados é de quem lhes emprestou o dinheiro. No fundo, uma acusação na linha das feitas aos bancos durante a crise do subprime, por - teoricamente escudados em produtos derivados - terem concedido empréstimos a pessoas sem rendimentos suficientes para pagar as prestações das casas que desejavam adquirir. Nesta linha de raciocínio, a Grécia, como Portugal, foi empurrada para o crescimento insustentável da sua dívida pública por todos aqueles - primeiro entidades privadas, depois as instituições constituintes da Troika - que lhe foram emprestando dinheiro. Pelo que - continuam os defensores desta teoria - é bem feito que tais prestamistas - usurários, mesmo - encaixem perdas pelo erro cometido.»

 

Sérgio de Almeida Correia: «Perdemos o Alberto João, é verdade, mas quem garante que nos próximos anos não poderemos contar com as tangas e as bundas do clã Obiang? O Carnaval é uma festa.»

 

Eu: «Nativo de Capricórnio, será sempre um nome a ter em conta: a opinião dele pesa no PS. Poucos ainda se lembram que António Vitorino entrou no partido pela ala esquerda, vindo da UEDS de Lopes Cardoso: hoje é um dos expoentes da ala direita, que vê a velha guarda não como um trunfo mas como um empecilho para o futuro do partido. Este qualificado jurista de 58 anos - na opinião de muitos, uma das personalidades mais brilhantes do PS, com as funções de vice-primeiro-ministro e ministro da Defesa, juiz do Tribunal Constitucional e comissário europeu a dourarem-lhe o currículo - seria certamente aplaudido com mais entusiasmo pelo aparelho socialista do que aconteceu com Manuel Alegre em 2011. Bastava querer. Alguma vez quererá?»

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