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Delito de Opinião

DELITO há dez anos

Pedro Correia, 21.01.25

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José António Abreu: «tUnE-yArDs é basicamente Merril Garbus, uma ex-marionetista capaz de juntar ritmos aparentemente desconexos de forma tão perfeita como António Lobo Antunes une palavras nos títulos dos seus livros mais recentes. Não obstante já terem decorrido uns meses desde que o álbum foi lançado, ainda estou a tentar decidir de que forma é esta canção (o primeiro single) genial - se pela capacidade de invenção, descomplexidade (música assim merece palavras novas) e ritmo dançável que apresenta, se por constituir a conjugação de sons mais irritante que saiu em 2014. Decidam por vocês mesmos ou - quem sou eu para exigir autonomia às pessoas? - perguntem a quem vos costuma fornecer as opiniões. O resto do álbum segue a mesma linha, sendo quiçá um pouco menos melódico.»

 

Luís Naves: «Se o Syriza vencer e se insistir nas promessas populistas, não será possível cumprir os termos do próximo resgate e a Grécia não receberá novo pacote de ajuda. Um governo de esquerda terá de falhar muitas promessas eleitorais. As taxas de juro estão acima de 10% e o único caminho alternativo é o da bancarrota, o que implica saída do euro, com hipotética nacionalização da banca, controlo de capitais, desvalorização abrupta e mais desemprego e sacrifício económico para a população.»

 

Patrícia Reis: «É preciso ter memória. É preciso? Bom, é inconveniente, mas crucial. A maioria das pessoas não aprecia. Há quem tenha, quem não tenha. Vivo rodeada de gente que têm pouca memória. Pessoas mais próximas ou mais distantes, tantas vezes com discursos moralistas cheios de fundamentalismo e outros preceitos menos simpáticos, apenas por não se recordarem do que disseram, fizeram, viveram, decidiram, vociferaram, prometeram e por aí fora. Eu cultivo a memória para saber em que chão piso. Para não me iludir.»

 

Eu: «Quanto mais estabilizada estiver a ortografia de uma língua, maior é o correspondente índice de alfabetização dos utentes desse idioma. E o inverso também se aplica em países como o nosso: Portugal produziu três profundas reformas ortográficas em menos de um século sem com isso deixar de ser um dos países com menores índices de literacia da Europa.»