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Delito de Opinião

DELITO há dez anos

Pedro Correia, 21.09.24

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Luís Naves: «A história das duas mulheres piratas é contada num livro primoroso publicado em 1724, The General History of the Pirates, assinado por um capitão Charles Johnson, com várias edições e também conhecido por Uma História Geral de Roubos e Crimes de Piratas Famosos (1). O autor tinha tal domínio da técnica literária que existiu durante muito tempo a suspeita de ser o pseudónimo de Daniel Defoe, o autor de Robinson Crusoe. Parece que não é assim: o livro terá mesmo sido escrito por um antigo pirata. As suas fontes não são conhecidas, mas grande parte da narrativa baseou-se em factos ou em lendas que circulavam entre os marinheiros, talvez até em histórias vividas.»

 

Eu: «Há romances que nos seduzem pelo tema, que desce como um bisturi às entranhas da natureza humana. Outros que nos capturam pela depuração do estilo. Outros ainda que nos surpreendem com uma personagem que jamais se dissolverá na nossa memória. O Anão, de Pär Lagerkvist (1891-1974), torna-se inesquecível por tudo isto. Livro de um autor sueco, ambientado numa corte renascentista em Itália, encerra uma mensagem de projecção universal: constitui uma poderosa alegoria do mal, concebida num tempo de falência das utopias, quando o mundo vivia mergulhado no pesadelo da guerra.»