DELITO há dez anos
João André: «Paulo Bento não foi um mau seleccionador. Teve um registo de resultados quase igual ao de Scolari e conseguiu duas qualificações (uma com dificuldade e outra onde salvou o mau começo). Teve um excelente desempenho no Euro'12 e um desempenho medíocre no Mundial'14. Foi o único seleccionador até agora que soube construir uma equipa em torno de Ronaldo. Foi também teimoso nas escolhas, preferindo os de sempre e tacticamente muito pouco flexível. O resultado da semana passada foi vergonhoso, mas andava à espreita. Uma equipa construída em torno da estrela será sempre menos que a soma das partes quando essa estrela está ausente.»
Luís Naves: «Quando falam de estratégia, os dirigentes europeus mencionam a consolidação orçamental, as reformas estruturais e costumam referir um terceiro elemento: o investimento em investigação e desenvolvimento. O objectivo é conseguir que até 2020 todos os países gastem no sector 3% do PIB. Carlos Moedas estará no centro de uma das políticas mais importantes da UE, mas estão a vender-nos o filme ao contrário e quase se pode prever o circo mediático à volta da confirmação parlamentar do comissário. É a política do quanto pior, melhor, agora ao vivo e a cores também na Europa, onde costumava existir consenso.»
Sérgio de Almeida Correia: «Tal como defendi em várias reuniões que tiveram lugar no Algarve, numa delas com a presença de Jorge Seguro Sanches, o processo das primárias, desde logo para escolha dos candidatos às câmaras municipais, que a ter tido lugar nos termos por mim defendidos até poderia ter evitado mais uma humilhante derrota para o PS em Faro, entendo que a participação dos não militantes num processo do tipo das primárias não deveria ser decisivo quanto à escolha dos candidatos dos partidos, única forma de proteger o estatuto de militante (dos vivos, é claro).»
Eu: «Na presente corrida eleitoral no PS, asseguram-nos isentíssimos comentadores, há o candidato que insulta, ofende e agride. E há o outro. Na presente corrida eleitoral no PS, asseguram-nos isentíssimos "analistas políticos", há o candidato que recorre aos argumentos mais rasteiros para fugir ao debate de ideias. E há o outro. Na presente corrida eleitoral no PS, asseguram-nos isentíssimos opinadores, há o candidato sem elevação nem nível. E há o outro. Espreitei dois blogues que apoiam o outro. Chamam gajo ao candidato que combatem. Mas não só: chamam-lhe também bandido, sacana, rufia, canalha, pulha, porco. Insultos, ofensas, agressões. Argumentos rasteiros. Enfim, um modelo de elevação.»