DELITO há dez anos

Luís Naves: «Os críticos da União Europeia insistem na ideia da mediocridade política da Europa e os exemplos parecem confirmar a tese. Israel ignora as opiniões europeias e até as desdenha; durante a intervenção da Líbia faltaram munições; e, mais recentemente, foi difícil concordar nas sanções contra a Rússia, com os 28 divididos entre pombas e falcões, com a Alemanha no meio. O caso da Rússia é exemplar: este império em declínio hostiliza um país vizinho com quem tem afinidades e confia na fraqueza da resposta europeia. E ocorre o seguinte paradoxo: embora a Rússia tenha uma economia 12 vezes inferior à da UE, as sanções decididas pela Rússia contra interesses europeus tiveram forte impacto mediático. Na Ucrânia, país europeu entre a Rússia e a UE, trava-se de novo uma guerra, aliás a poucas centenas de quilómetros da região onde há cem anos, em Agosto e Setembro de 1914, combateram enormes exércitos, tendo os russos batido os austro-húngaros de forma tão completa que a Áustria nunca recuperou.»
