DELITO há dez anos
Helena Sacadura Cabral: «Desde que António Costa, ou quem por ele, inverteu as subidas e descidas da Avenida da Liberdade e inventou as rotas do Marquês, que esta pacata cidadã foge de lá a sete pés, com receio de ser morta numa emboscada. Com efeito, já por duas vezes eu subia e outros desgraçados, ambos estrangeiros, entendiam que podiam descer pelo mesmo lado...»
João André: «A nível pessoal, uma falta de televisão em casa e uma quebra (ainda não resolvida por causa de burocracias) no serviço de internet garantiram que não visse tantos jogos como seria normal. Isso não foi mau de todo, impediu a saturação. Só me faltou ver alguns jogos mais na companhia de amigos e no café para poder insultar jogadores e árbitro com todo o à-vontade. Esta gente do centro e norte da Europa é muito calminha...»
José Maria Gui Pimentel: «É o podcast semanal da Harvard Business Review, apresentando tanto conteúdos da edição mensal da revista, como entrevistas a gestores ou académicos ligados à gestão. É, sem dúvida, uma fonte de excelência de conteúdo do género, embora seja, naturalmente, um tipo de conteúdo muito específico.»
Luís Menezes Leitão: «Leio aqui que a inscrição de simpatizantes para votar nas primárias do PS está a ter uma adesão que supera todas as expectativas. Vamos ter, portanto, um sucesso estrondoso na adesão popular a essas eleições primárias, havendo imensos interessados em se declarar desde já como simpatizantes do PS. Segundo as últimas informações disponíveis, até o Jacinto Leite Capelo Rego já se inscreveu.»
Eu: «Certos espíritos cartesianos, que fazem gala em tingir de verniz racionalista todos os segmentos da existência, mostram imenso enfado perante as paixões dos estádios. Apetece apontar-lhes o caso do alemão Mario Götze: talvez descubram nele o puro sortilégio do futebol. Relegado para o banco de suplentes num torneio que na sua perspectiva parecia para esquecer, a meia hora do apito final Götze entrou em campo e tornou-se inesperado protagonista de um Mundial que para sempre recordará. Ao marcar o golo decisivo -- o da vitória, que muitos alemães já não esperavam -- cruzou o seu destino pessoal com o de largos milhões de adeptos. Foi, sem dúvida, um dos melhores golos marcados em finais de campeonatos do mundo. Memorável não só pela circunstância mas também pela oportunidade, pelo recorte técnico, pelo instinto vencedor. A fotografia que corre mundo mostrando Götze no final, olhando o céu ainda incrédulo no rescaldo do lance que o tornara campeão, ficará como uma das imagens icónicas deste torneio de boa memória para quem aprecia futebol. Por muito que isso custe aos tais cartesianos, incapazes de ver nos desafios dos estádios uma metáfora perfeita dos desafios da vida.»