DELITO há dez anos
João André: «Estive tentado a escrever acima "Robben - Messi". Duas equipas apenas razoáveis chegam às meias finais às costas dos seus melhores jogadores. Tudo vai depender do grau de sucesso na neutralização do principal jogador adversário. Aqui penso que a Argentina levará a melhor. Está a crescer, tem um jogador genericamente melhor e tem um elenco secundário mais eficaz, especialmente a defender. Muito irá depender da capacidade de Mascherano em fechar as linhas de passe para Robben. Atendendo ao torneio medíocre de Sneijder, isso bastaria para anular os holandeses.»
José Maria Gui Pimentel: «Mais um videocast, isto é, um podcast em vídeo. Trata-se do feed das palestras que a TED vai compilando, entre as oficiais e aquelas realizadas com autorização. Embora nem todos os 18 minutos canónicos (por vezes menos) de fita valham o tempo empregue, habilitamo-nos, com alguma sorte, a assistir a uma talk como esta, de Ken Robinson, à qual é difícil ficar indiferente.»
Luís Naves: «Quando o xadrez era popular, os autores gostavam de usar este jogo como metáfora, mas o xadrez já não se joga. No império do espectáculo em que vivemos, tornou-se uma habilidade para máquinas. As pessoas que conhecem as regras praticam sozinhas: sou regularmente batido pelo meu computador e confesso que tento fazer ligeira batota, colocando o grau de dificuldade em mínimos humilhantes. A máquina não se importa e é implacável. Ela não possui emoções e eu enervo-me com a ausência de erros, fazendo movimentos estupidamente impulsivos. Se existe aqui uma sugestão é de que a humanidade está pronta para ser ultrapassada. Eu, pelo menos, já fui ultrapassado.»
Sérgio de Almeida Correia: «Apresentado como Still life with a magnolia, esta obra de Henri Matisse (1869-1954) foi pintada em 1941, fazendo parte da colecção do Centro Pompidou. O uso livre da cor como caminho para a expressão da arte está aqui bem presente. A criação da arte através da cor recorrendo a formas simples e lineares que a realçassem. Figura de proa do fauvismo, grande precursor da arte moderna, considerado por alguns o mais francês de todos os pintores do século XX, teria influência decisiva no movimento de pintores abstraccionistas norte-americanos das décadas de cinquenta e sessenta. Mais do que um desenho, a cor seria uma libertação, de certa forma dando corpo a uma ideia que muitos anos depois Picasso retomaria numa outra perspectiva: "é preciso ver toda a vida como quando se era uma criança".»