DELITO há dez anos
Teresa Ribeiro: «Acho que é a omnisciência das mães que mais nos comove. Não tanto o amor, mas a sua memória de nós, mais antiga e completa, o conhecimento que não temos e nos explica dos dedos dos pés até ao fundo da alma. A seguir a coisa mais notável que a maioria delas faz é provar-nos todos os dias que apesar dos nossos defeitos somos amáveis. Isso é melhor que bolacha maria para enganar a fome, vinte vezes mais calmante que adormecer no colo depois de uma birra de sono, trezentas vezes mais importante, falando agora de coisas sérias, que uma promoção no emprego ou um aumento de salário. Sobretudo porque é uma condição que não muda. Porque o amor das mães resiste a todas as decepções e não envelhece. É por isso que mesmo quando já não as temos obstinamo-nos em continuar a relação. E nunca, mas nunca abdicamos do papel de filhos. Nunca.»
Eu: «Em futebol o desequilíbrio pode tomar números absolutamente impensáveis. Tivemos aqui um choque entre um modelo de jogo e a estratégia. O modelo de jogo que mais gosto de ver é aquele que tem posse de bola e futebol largo e tentativa permanente de domínio do adversário. A dimensão estatégica do jogo, ou seja a abordagem em concreto do adversário, pode ser determinante sobretudo quando estamos perante duelos a eliminar. A equipa vencedora teve uma abordagem de quatro-quatro-dois inicial procurando diagonais com mais uma unidade ofensiva mas defendendo sempre com duas linhas de quatro e subidas. Apertou sempre a construção dos centrais e dificultou muito a saída da turma antagonista.»