DELITO há dez anos
Francisca Prieto: «Muito, mas mesmo muito bom, até três quartos da história. Lá pela página quinhentos dá a sensação de que Adichie tinha uma data de notas em arquivo que não queria deixar de aproveitar para o livro e, já desgastada pelo cansaço de tanta página, desatou a enfiar tudo a martelo.»
Luís Menezes Leitão: «António José Seguro tem exactamente o mesmo ADN político de Passos Coelho, parecendo os dois gémeos poliíticos. Efectivamente, ambos tiveram uma carreira integralmente passada na Jota, que lhes permitiu ascender ao escalão principal sem nada terem feito na sociedade civil, apenas em virtude da quota que os partidos habitualmente reservam aos seus jovens. A partir daí foram assumindo uma posição crítica nos respectivos partidos que lhes permitiu substituir os líderes logo que os mesmos foram perdendo eleições. E ambos têm uma irreprimível tendência para a asneira. A diferença é que enquanto Passos Coelho está habitualmente calado, deixando os disparates serem assumidos por outros, António José Seguro faz questão de que todos se apercebam dos inúmeros dislates de que sistematicamente se lembra.»
Sérgio de Almeida Correia: «Que o filho do emigrante vindo do interior da China, que chegou a Macau nos anos 80 ou 90 do século passado, com uma mochila e uns ténis contrafeitos, sem educação nem dinheiro, tenha enriquecido depressa e rapidamente se tenha esquecido de onde veio, a ponto de querer agora correr com os estrangeiros e reservar habitações, empregos e transportes só para residentes, culpando os outros pela incapacidade política e ignorância dos seus próprios dirigentes, ainda posso compreender. A vida está cheia de ingratos e palermas é coisa que infelizmente abunda na política. É de todos os tempos.»