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Delito de Opinião

DELITO há dez anos

Pedro Correia, 03.12.23

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Helena Sacadura Cabral: «Durante muito tempo acreditei que os ministros existiam para definir políticas na sua área de responsabilidade e que haviam sido escolhidos para a função pela sua competência. Estava errada. Hoje um ministro é, sobretudo, um negociador sindical. Essa transformou-se na sua principal tarefa, o que lhe restringe para metade, o tempo disponível para pensar, definir, discutir e pôr em prática.»

 

João André: «Mesmo um casal que tem uma boa situação financeira e profissional, poderá ter tendência a adiar os filhos à espera de um momento em que a sua carreira tenha atingido um patamar mais estável onde uma criança não complique as suas obrigações. Infelizmente, num mundo empresarial onde há cada vez maior mudança de funções (para motivar empregados), essa estabilidade não é facilmente atingida.»

 

José António Abreu: «Passos Coelho olha para a reacção dos portugueses à pantomima de Blatter e dos adeptos portistas a um conjunto de resultados medianos e, não obstante um ou outro exercício aeróbico de step na escadaria do Parlamento, só pode pensar: "Ainda bem que isto não é futebol." Mas, evidentemente, a racionalidade pode assumir um papel muito secundário nas questões em que a maioria das pessoas tem apenas investida paixão. E perdoe-se-me o "apenas".» 

 

Sérgio de Almeida Correia: «Reformar todos viram que não foi possível. Mais difícil será amanhã um professor, com o sentido da sua missão, explicar a um aluno interessado, em termos que este possa entender e que um dia isso lhe possa ser útil, o que é uma questão de princípio. E, em especial, para que serve.»

 

Eu: «Personalidade cheia de contradições, como em regra sucede às figuras que deixam a sua impressão digital nos acontecimentos históricos, Mário Soares acertou no essencial. Ao fracturar a esquerda, deslocando-a para o centro. Ao evitar um novo conflito religioso no Portugal revolucionário, demonstrando ter aprendido as traumatizantes lições da I República. Ao apontar a Europa como novo destino português em alternativa às crepusculares rotas do império e sem demasiadas ilusões sobre as veredas da "lusofonia".»