DELITO há dez anos
Helena Sacadura Cabral: «Gosto mais de ler no meu recanto da sala ou do escritório. Mas estes dois livros acompanham o meu lado da mesa de cabeceira. O primeiro, do meu querido amigo Cristovam Pavia, cuja morte ainda hoje me emociona, tem lugar cativo. O segundo, Winston Churchill - Os meus primeiros anos -, ando a relê-lo com muito interesse. Não gosto de política, mas gosto de perceber quem são ou quem foram os políticos...»
JPT: «Tinha 24 anos, homem feito, até doutor, nos tempos da tropa. Entrei no quarto, o ainda da minha adolescência. E retirei o último poster da parede, que ainda lá estava o do "Música e Som" do Lou Reed. Oh, you're right and I'm wrong, não o devia ter feito.»
Laura Ramos: «Sim, o Pariscope fez parte da minha bagagem durante tanto tempo que me sinto assaltada, esbulhada, expropriada de um bem essencial. Talvez hoje seja difícil perceber o seu conceito revolucionário, agregando numa revistinha de formato A5, a preço muito módico, toda a informação cultural de Paris e arredores. Qualquer agenda municipal, dirão, o faz também. Pois: décadas passadas, chegou cá a ideia e anda ainda tão mal copiada, hélas, em tantos casos.»
Eu: «Eram assim os heróis do Oeste. Sem raízes que os prendessem e prontos a lançar raízes em qualquer lugar. Aventureiros, na melhor expressão que podemos dar a esta palavra. Protagonistas de um tempo de pioneiros de que cada vez somos mais nostálgicos por termos a certeza de pertencerem a um mundo que já não há.»