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Delito de Opinião

DELITO há dez anos

Pedro Correia, 18.05.23

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Bandeira: «O Rui é um filho do bairro e trabalha como maquinista na linha Lisboa-Cascais, a mesma que os seus amigos e vizinhos atravessam todos os dias. “Da primeira vez que passou por cima de um”, disse o Costa, “não comeu nem o pequeno-almoço, nem o almoço, nem o jantar. Da segunda vez já conseguiu jantar. Da terceira, almoçou e jantou”. Então o Costa ficou em silêncio. Não havia necessidade de continuar, havia? É bem capaz de haver uma história como esta em cada apeadeiro de cada linha de caminho-de-ferro do mundo, mas não deixa de impressionar.»

 

Helena Sacadura Cabral: «A liberdade de expressão, como todas as liberdades, tem limites. Não gostar, não estar de acordo, censurar, é um direito adquirido. Mas insultar, difamar, ofender, além de perturbar e de afastar certo tipo de pessoas, acaba por beneficiar quem se pretende criticar. Ou seja, consegue-se prestar um serviço ao adversário, quando, pela forma usada, o tornamos numa vítima.»

 

Patrícia Reis: «O meu tio-avô dizia que se tivermos quatro amigos já temos uma casa, nós podemos fazer de chão ou de tecto se, porventura, optarmos por ficar a olhar o céu estrelado. Nos nossos dias brasileiros, entre fados e canções de Chico Buarque, poemas e histórias de vida, cinco escritores construíram uma casa e, sem o dizerem – ou talvez tenha sido dito pela Patrícia Portela de uma forma tridimensional e transfigurativa – decidiram que não se largariam. Não nos largámos. Somos, portanto, a frase que começa este belo livro do Nuno Camarneiro, frase que diz “Uma história são pessoas num lugar por algum tempo”. E durante aqueles dias nós fomos uma história feliz.»

 

Eu: «Alguns dos blogues mais citados são os que menos gostam de citar os outros