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Delito de Opinião

DELITO há dez anos

Pedro Correia, 01.04.23

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José António Abreu: «Nos transportes públicos a tristeza das pessoas torna-se óbvia. Nos veículos ligeiros é com frequência a agressividade que assoma. Não admira que tanta gente, nas cidades onde isso é fácil, use a bicicleta.»

 

José Navarro de Andrade: «Ao passo que por cá politólogos e comentadores (uma infestante autóctone) competem vivazmente por minutos televisivos em que possam derramar as sua opiniões, palpites e profecias, distinguindo-se uns dos outros somente pelo grau de azedume e pelo nível de pesporrência, noutras longitudes, parece incrível, prevalece a análise em vez da diletância e a feroz competição pelo "acesso" mede-se pela qualidade com que se extrai inteligência do "big data".»

 

JPT: «Páscoa na África do Sul. "Deitado abaixo" por uma qualquer maldita gargantite, a pior de que tenho memória adulta. Impediu-me este manso mas magnífico trilho, a do Santuário de Elefantes de Hazyview. Fui apenas cocheiro da princesa e da rainha, e da sua magnífica companhia.»

 

Teresa Ribeiro: «O que ele [José Sócrates] espera é que a sua caminhada triunfal desemboque numa sinecura à medida da sua ambição e vaidade. E a verdade é que tem tudo para conseguir os seus intentos. A desorientação e desesperança dos portugueses, a ambivalência dos opinion makers, que tanto criticam o que fez, como lhe elogiam o estilo, a cacofonia dos media, que seguem sempre o cherne que mais brilha na pantalha e o desgaste do poder.»

 

Eu: «É um sinal dos tempos. Nesta era de feroz individualismo, o intelectual regressa à torre de marfim. Ou imita aqueles distraídos xadrezistas de Bizâncio, de olhos concentrados no tabuleiro enquanto a cidade ardia. Compreende-se: é mais cómodo ser assim. Depois da intervenção cívica, a demissão cívica. E, no entanto, a Terra move-se.»