DELITO há dez anos
João André: «Há uma forma muito mais simples de evitar ouvir as opiniões de José Sócrates: desliguem a televisão. Também se evita assim muito outro lixo televisivo bem pior que as declarações de um ex-governante.»
José António Abreu: «Em Portugal como noutros países (afinal, que carreira fora da política teve François Hollande, essa momentaneamente imprescindível referência da esquerda?), os líderes políticos emergem dos partidos, pouco mais tendo feito na vida que não política. Nem sequer é difícil perceber a razão: muitos empresários e gestores preferem quedar-se na sombra, beneficiando de um regime de interesse mútuo, e os restantes, aqueles verdadeiramente dinâmicos e competentes, não têm tempo nem apetência para os meandros insalubres do jogo político (excepção feita a esse expoente da qualidade governativa e do conhecimento das necessidades dos cidadãos chamado Silvio Berlusconi, evidentemente).»
JPT: «Leio a nota que sua filha colocou ontem no seu tão cuidado blog Ofício Diário, anunciando-nos, aos fiéis leitores, a morte de Torquato da Luz. Sabia-lhe o nome, o papel na imprensa portuguesa, em particular em tempos épicos da instauração da democracia. Mas foi nesse "Ofício Diário" que o conheci, acompanhando-o ali, onde durante anos, desde 2004, de um modo paciente, apaixonado e tão sóbrio, partilhou a sua poesia.»
Luís Menezes Leitão: «A subserviência e a falta de sentido de Estado dos nossos políticos perante a troika é algo que brada aos céus. António José Seguro anuncia uma moção de censura no Parlamento, mas antes mesmo de a apresentar escreve uma carta à troika, justificando que a moção é apenas dirigida ao Governo e explicando que nunca porá em causa o memorando. O Parlamento só debaterá assim a moção de censura depois de a troika sobre a mesma se pronunciar, o que leva a uma total menorização do Parlamento português perante instituições estrangeiras. Há efectivamente muitas razões para censurar o Governo mas, depois desta carta que escreveu, António José Seguro deveria era começar por censurar-se a si próprio.»