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Delito de Opinião

DELITO há dez anos

Pedro Correia, 12.01.23

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Ana Vidal: «Acabar com o serviço público de televisão, por muito insuficiente e criticável que ele seja, é reduzir a esta estupidificação colectiva a oferta televisiva nacional. Ainda tenho esperança - mas eu sou uma optimista, já se vê - de que os responsáveis pelos destinos da RTP2 percebam isto.»

 

Helena Sacadura Cabral: «Não gosto do cartaz que publicita a referida exposição. Tem muito grafismo, o que o torna, a meu ver, pouco apelativo. Mas a exposição merece uma visita atenta e é uma homenagem merecida a Nuno Portas.»

 

José Gomes André: «É conhecido o episódio que rodeia a publicação de A Interpretação dos Sonhos: apesar de impressa em finais de 1899, apresentaria na página inicial a data de 1900. Freud assim o impôs ao editor, pois considerava o seu trabalho científico uma descoberta fundamental, própria da revolução que o novo século anunciava. Nesse conjunto de folhas que chocava os salões vienenses encontrava-se uma terrível denúncia do âmago humano, que trazia consigo uma derradeira revelação. Na verdade, o universo fora desvelado – antes preso em esferas circulares finitas, depois inabarcável pelo limitado olhar humano. O homem fora desvelado – descendente de um peludo piteco. A alma, contudo, permanecia por desvelar. Freud deu esse passo, e com ele destruiu a supremacia antropológica

 

Eu: «Insuspeito de me identificar com o PCP, devo no entanto prestar homenagem aos comunistas: só eles reagiram ao facto de o Fundo Monetário Internacional ter elaborado um relatório sobre Portugal que chegou ao nosso País sem uma tradução em português. Como se fizesse parte dos deveres constitucionais cá da pátria dominar o idioma do Tio Sam. "Os deputados da República [Portuguesa] têm como língua de trabalho o português", declarou o comunista Manuel Tiago na Assembleia da República, lembrando o óbvio, que por vezes parece esquecido. Poderia ter até acrescentado que o artigo 11º, nº 3, da nossa lei fundamental especifica que "a língua oficial é o Português". Porque um país como o nosso, com uma identidade cultural sedimentada há nove séculos, não pode ser confundido com uma empresa exportadora ou uma companhia aérea.»