DELITO há dez anos
Gui Abreu de Lima: «O velho desapareceu mas eu não vi. Talvez sonhando que o levavam num caixão dali, se aborrecesse com a morte. Talvez escolhesse a sorte. Regra e pão e outra regra e sempre o pão, para os patos do jardim.»
José Navarro de Andrade: «A história é de quem a vence e tão retumbante foi a vitória do Cinema Novo que ainda hoje, passado meio século, o cinema português vai-se fazendo e pensando em torno do seu eixo programático. Ficou assim para o cânone que “Belarmino” (1964) de Fernando Lopes e “Os Verdes Anos” (1963) de Paulo Rocha, constituem pedras basilares e inamovíveis da cinematografia nacional. Mas se o primeiro parece ainda hoje perfeito e consonante com o que dele se pedia, já em “Os Verdes Anos”, se o conseguirmos ver sem a gravidade sacerdotal em que o velaram, há ali qualquer coisa que não bate certo – o quê?»
Patrícia Reis: «Na Travessa das Pedras Negras nr.1 começa a minha vida em 2013, tudo será melhor, vivemos ciclos de sete em sete anos e há mudanças. Chegada aos 42 anos é o que me espera: um novo ciclo. Quando penso nisto só me lembro de remoinhos e pouco mais. Ou tornados. Ou espirais. Pouco importa. Dizem que o espaço não tem som. Na minha cabeça tudo se atropela e o som é fortíssimo. O resto? O resto é a vidinha.»