Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]

Delito de Opinião

DELITO há dez anos

Pedro Correia, 10.12.22

21523202_SMAuI.jpeg

 

Ana Vidal: «Acabo de receber um mail de uma agência literária brasileira (Agência Lis), apresentando os seus serviços em Portugal e convidando autores, ilustradores, revisores e tradutores a tirarem partido deles. Não temos cá no burgo, como é costume em outros países, tradição de agenciamento literário. Enfim, admito que será só uma questão de tempo. Mas... como quer uma agência literária - repito, LITERÁRIA - conseguir convencer alguém com uma apresentação escrita neste português miserável??»

 

Gui Abreu de Lima: «Nem cansado dos homens, nem desesperançado deles. Vim ver o mar. Fazei o regabofe que quiserdes. Ride de mim, ride de todos. Dançai gaivotas, à vontade, essa canção. Mas olhai, olhai para nós. Todos farinha do mesmo saco. Carne e osso, alma e coração, medo e ambição, tentando apanhar o melhor grão. Como vós, aves do céu. Como vós, gente com asas. Como vós, atraídos para o alvo - peito aberto, picando o voo, caímos na emboscada, mergulhamos na tentação. É só isso, gaivotas. E então?»

 

Luís Menezes Leitão: «Pirandello fez uma vez uma análise do D. Quixote de Cervantes, que acho absolutamente apropriada a este caso. Segundo ele o D. Quixote tem cenas absolutamente hilariantes, mas os leitores não riem, e é nisso que está o génio de Cervantes. Tal sucede porque a figura de D. Quixote provoca nos leitores um enorme sentimento de piedade e essa piedade impossibilita o riso.»

 

Patrícia Reis: «Irra. Outra vez. Há quem esteja na fase dos porquês, eu estou na fase do Irra.»