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Delito de Opinião

DELITO há dez anos

Pedro Correia, 31.10.22

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Ana Cláudia Vicente: «Está vista a força da Técnica contra a técnica da Força*, neste caso, claro, a da Natureza: a Técnica quebra ou verga, a Natureza não. E manda, mesmo naquele que ainda é um centro do mundo. A Gawker, como tantos outros grupos, ficou apeada um dia inteiro, e regressou há pouco em modo de gerador-ligado-na-garagem, para dar conta das novidades do costume, mas também informar os que lá estão sobre como e quanto tempo vão ficar sem as coisas de primeiro mundo. Passam amanhã 257 anos sobre o dia em que nos calhou coisa assim.»

 

João Campos: «Nota-se que Vítor Gaspar não é um internauta assíduo, ou um homem habituado a conversas de café ou a caixas de comentários online - caso contrário, a analogia salazarenta do deputado João Galamba não o chocaria ou ofenderia, pois ela não mais é do que a versão portuguesa, pequenina e esquerdista da Lei de Godwin. Quanto ao deputado achar que o discurso do ministro das Finanças não tem lugar em democracia, enfim, é uma opinião que não deixa de ter a sua ironia, ainda que decerto involuntária.»

 

José António Abreu: «O actual governo nasceu de um acto eleitoral com menos de ano e meio e tem por isso legitimidade para governar. De resto, a democracia não pode vergar-se a ciclos de poder demasiado curtos ou nunca qualquer governo terá hipótese de aplicar medidas impopulares.»

 

José Gomes André: «Desde há alguns dias, e até às eleições, a SIC Notícias tem apresentado um "Especial Eleições EUA", em jeito de diário, com comentários, sondagens e análise do estado da corrida. Sempre à uma da manhã, em emissões de 15 minutos. Esta noite vou ter o prazer de estar no programa, a convite de Martim Cabral.»

 

José Navarro de Andrade: «Excluímos a morte dos nossos cálculos existenciais como se ela fosse um acidente. Tratando-se de uma inconveniência e um imponderável, incómoda aos negócios correntes que todos os dias temos que levar adiante, ganhámos-lhe nojo e passámos a considerar como obscena a sua exposição. Isto é uma atitude eminentemente europeia, quase sem equivalente noutras culturas.»

 

Luís Menezes Leitão: «Se há algo que não faz qualquer sentido é que os bancos sejam o único negócio que nunca pode falir, tendo que ser ajudado pelo Estado. Os bancos conseguiram assim a suprema liberdade. Já os cidadãos tornaram-se escravos do Estado, tendo que pagar em impostos e cortes de salários e pensões a irresponsabilidade dos outros.»

 

Teresa Ribeiro: «"A saúde é um estado transitório que não augura nada de bom." Esta frase, que ouvi uma vez a um médico, lembra-nos que por mais saudáveis que sejamos um dia fatalmente o nosso sistema baixará a guarda e precisaremos de ser assistidos. O aumento da esperança de vida só contribui ainda mais para essa certeza, por isso é normal que a atrofia progressiva do SNS provoque a maior preocupação nas pessoas que como eu consideram que um sistema de saúde universal tendencialmente gratuito e de qualidade é o modelo por que todos devíamos lutar.»

 

Eu: «Contrair empréstimos internacionais com juros pesadíssimos que constituem encargos incomportáveis para as gerações futuras será inconstitucional?»