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Delito de Opinião

DELITO há dez anos

Pedro Correia, 28.07.22

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Fernando Sousa: «Confusão. Revoltosos e grupos da Frelimo desataram as tiros uns nos outros, opositores da independência tomaram de assalto o Rádio Clube de Moçambique. Daniel Roxo, o Diabo Branco, líder das milícias do Niassa, chamou a sua genteEm Nampula, fazendeiros e familiares cercaram, num anel, o emissor da estação, mulheres e crianças à frente. Tensão ao minuto.»

 

Patrícia Reis: «O Verão de Todos os Silêncio, Maria Manuel Viana, absolutamente excelente, edições Planeta.»

 

Rui Rocha: «Confirma-se. A música pop está mais chata e barulhenta do que nunca. A coisa é de tal ordem que, em desespero, e estou ciente do risco que corro ao admiti-lo em público, já dei comigo a sintonizar a Rádio Renascença. Nesses momentos, com sorte, até é possível que esteja a passar a Gloria Gaynor. Por incrível que pareça, o I will survive ganha uma dimensão transcendental quando um tipo acaba de sair das profundezas da playlist da RFM ou da Comercial.»

 

Eu: «Em pleno século XXI, ainda há quem seja preso por dar vivas à liberdade. Neste mesmo mês de Julho de 2012, ainda há quem seja ameaçado pela polícia política por citar Gandhi. Em Cuba, a ilha-prisão. Gerida há 53 anos por dois irmãos. Como resumia há três anos o Observatório de Direitos Humanos, referindo-se ao irmão mais novo, "um novo Castro, a mesma Cuba". Nada de significativo mudou de então para cá. Toda a informação permanece asfixiada sob torrentes de propaganda. O regime continua a promover purgas ocasionais entre os seus serventuários, o que apenas se destina a reforçar as estruturas repressivas. E as desigualdades, em diversas situações do quotidiano, são cada vez mais chocantes