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Delito de Opinião

DELITO há dez anos

Pedro Correia, 19.07.22

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André Couto: «A ideia vinha tarde, não inovava, mas era boa: incentivo no IRS para quem apresentasse despesas de restauração, mecânica e serviços afins. Diminuir a economia paralela pondo a malta toda a pedir facturas para, no final do ano, pagar menos de IRS. No fundo era fazer de todos e de todas uma espécie de Inspectores das Finanças, com remuneração em sede de IRS. (Desliguei o rádio e fui trabalhar.)»

 

Helena Sacadura Cabral: «Zelosa com as minhas obrigações fiscais, sobretudo para que qualquer falha não seja arma de arremesso para o filho que tenho, quis pagar o imposto de circulação do meu carro. Surpresa das surpresas, só posso fazê-lo em Agosto porque existe uma determinação que só me permite que o faça no mês anterior ao da sua compra. Ou seja, para renovar a carta, permitem-me seis meses de antecedência do fim da dita, mas para pagar o selo de circulação só me deixam fazê-lo um mês antes. E isto é num país que tem falta de dinheiro e vai todos os dias aos nossos bolsos. Admirável!»

 

José António Abreu: «Há portugueses a fornecer "contatos"

 

Leonor Barros: «Quando adolescentes entre os 15 e 17 anos foram questionados sobre como gostariam que os pais agissem perante eles, correram rios de tinta e as respostas alongaram-se em lamentos, aspirações e confissões. Embora conviva numa base diária com adolescentes dessa idade e sinta que muitos deles o que desejam ardentemente são minutos de atenção exclusiva, alguém que se sente ao lado deles e ali fique, explicando, ouvindo, ali apenas para eles numa súplica velada de atenção, os textos apanharam-me de surpresa. Eram sinceros, sentidos e um grito de desespero por aquilo a que todas as crianças e jovens devem ter direito: alguém que os ouça, um ombro, alguém que os faça sentir menos sós na selva contemporânea de umbiguismo, obsessão pelo sucesso profissional e horários desumanos que retiram tempo ao que nos deve ser verdadeiramente importante com todo o valor do mundo mas sem custo que se lhe possa atribuir.»

 

Luís Menezes Leitão: «É evidente que o país tem municípios em excesso, pelo que qualquer reforma autárquica digna desse nome deveria passar necessariamente pela redução de municípios, conforme aliás impõe o memorando da troika. O governo, no entanto, não querendo desagradar aos autarcas, resolveu transformar a reforma autárquica numa simples fusão de freguesias, de preferência à vontade dos fregueses. Vamos ter assim mais uma reforma para troika ver, e lá continuarão os municípios nos seus delírios despesisas do costume.»

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