DELITO há dez anos
Helena Sacadura Cabral: «Há dias fui à Baixa que, para mim, está irreconhecível. Desapareceram lojas que eu conhecia, apareceram outras que nem suspeitava que existissem naquelas bandas e mantiveram-se umas quantas que perderam muito do atractivo, do cheiro, da magia que antes possuíam.»
José Navarro de Andrade: «Piero Della Francesca era matemático, conhecia sem hesitação a geometria dos rostos e à época já a pintura dominava a perspectiva. Até parecia mal retratar os patrocinadores com tão pouca graça e garbo.»
Leonor Barros: «Quando foi a última vez em Portugal que um Ministro se demitiu por ter traído o seu eleitorado?»
Luís M. Jorge: «À espera dos comentários do professor Marcelo, lá papo uma reportagem da TVI sobre a educação d'antanho. Vinte ou trinta carquejas com o diploma da quarta classe recitam títulos das obras de el rey Duarte e feitos da dona Barbuda de Guimarães. O subtexto da coisa é cristalino: os meninos antigamente sabiam mais que os doutores agora, e tal.»
Teresa Ribeiro: «Ricardo Costa, na edição de ontem do Expresso, demarca-se do coro de indignados, começando por afirmar o óbvio, sobre o caso das "pressões do Miguel Relvas" que diga-se, a cada dia que passa fica mais interessante.»
Vasco Baptista Mendes: «A Califórnia há muito que está falida, tal como o estado da Nova Gales do Sul, na Austrália, e ninguém fala do iminente colapso do dólar americano ou australiano. Ambos são estados numa federação, têm governo e capacidade de endividamento próprio mas não têm moeda própria. Penso que será o mesmo caso dos estados no Brasil e na Alemanha na altura do marco.»